Por Kleber Karpov
A rede pública de saúde do Distrito Federal mantém unidades de referência para o tratamento da obesidade, condição agora classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença crônica e progressiva (28/Dez). O sistema de saúde local disponibiliza desde acompanhamento ambulatorial especializado até procedimentos de alta complexidade, como a cirurgia bariátrica, para enfrentar uma patologia que atinge mais de 1 bilhão de pessoas no mundo.
O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) atua como a única unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) no DF habilitada para realizar cirurgias bariátricas. O serviço conta com equipe multiprofissional para atender pacientes que não obtiveram sucesso com tratamentos clínicos. Paralelamente, o Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedoh) recebe casos graves de comorbidades, oferecendo suporte em endocrinologia, nutrição e psicologia.
Para casos específicos de transtornos alimentares, como anorexia e bulimia, o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) centraliza o atendimento. A porta de entrada para qualquer serviço especializado deve ser a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da residência do cidadão. O encaminhamento ocorre via Sistema de Regulação do DF após avaliação inicial da equipe de saúde da família.
Impacto na saúde pública
A endocrinologista do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), Martha Sanjad, destaca que o reconhecimento da gravidade da doença pela OMS deve evitar tratamentos pontuais. Segundo a médica, a integração entre medicação, alimentação equilibrada e atividade física deve ser o padrão para garantir resultados consistentes. O presidente do IgesDF, Cleber Monteiro, reforça que o tratamento estruturado reduz a pressão sobre os hospitais.
“Tratar a obesidade de forma estruturada é investir na sustentabilidade do sistema de saúde. Ao prevenir complicações como infartos, AVCs, insuficiência renal e doenças neurodegenerativas, reduzimos internações, custos e sofrimento”, avalia Cleber Monteiro.
Riscos neurodegenerativos
Estudos recentes indicam que o excesso de gordura corporal pode acelerar o avanço de marcadores associados ao Alzheimer. O neurologista do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), João Tatsch, explica que distúrbios metabólicos aumentam a predisposição para condições como Parkinson e demências. O especialista defende que o controle da obesidade protege o cérebro ao reduzir a inflamação sistêmica e melhorar a saúde vascular.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.












