Por Kleber Karpov
O Supremo Tribunal Federal (STF) manteve, neste sábado (27/Dez), a prisão domiciliar de oito condenados envolvidos na investigação sobre a trama golpista. A decisão ocorreu após audiência de custódia conduzida pela juíza auxiliar Luciana Yuki Fugishita Sorrentino. A medida atinge militares e ex-integrantes do governo federal, com o objetivo de evitar novas evasões do território nacional.
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, decretou a restrição para dez alvos no total. A lista inclui sete militares do Exército, uma delegada da Polícia Federal, o ex-assessor da Presidência, Filipe Martins, e o presidente do Instituto Voto Legal, Carlos Cesar Moretzsohn Rocha.
Deste grupo, Carlos Rocha não foi localizado pelas forças de segurança e passou a ser considerado foragido. O tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, que estava em viagem na Bahia, comprometeu-se a retornar para Goiânia para iniciar o cumprimento da custódia domiciliar.
Prevenção de fugas
A determinação de Moraes fundamenta-se na existência de uma estratégia coordenada para a saída de condenados do país. O ministro citou o episódio recente envolvendo o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, capturado no Paraguai na última sexta-feira (26 de dezembro) com documentação falsa.
O magistrado mencionou ainda o caso do ex-deputado Alexandre Ramagem como exemplo do padrão de comportamento do grupo. Segundo a decisão, há indícios de planejamento para a execução de fugas com o auxílio de terceiros.
“O modus operandi da organização criminosa condenada pelo Supremo Tribunal Federal indica a possibilidade de planejamento e execução de fugas para fora do território nacional, como feito pelo réu Alexandre Ramagem, inclusive com a ajuda de terceiros”, afirmou Moraes.
Rigor no monitoramento
As prisões domiciliares servem como medida cautelar para assegurar que os réus permaneçam à disposição da Justiça brasileira. O monitoramento deve ser intensificado para impedir que outros envolvidos nas ações penais do 8 de janeiro utilizem rotas clandestinas para países vizinhos ou destinos com menor rigor migratório.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.











