Por Kleber Karpov
A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou o segundo caso de sarampo do ano neste domingo (13/Dez). O paciente é um homem de 27 anos, morador da capital paulista, que não estava vacinado e adquiriu a doença durante uma viagem recente ao exterior, configurando um caso importado do vírus. O indivíduo recebeu atendimento médico especializado e obteve alta hospitalar, mas o registro mantém o alerta sobre a importância da imunização no estado.
O primeiro caso de sarampo em 2025 havia sido identificado em abril, também em um residente da capital paulista. O Ministério da Saúde informou que, entre janeiro e novembro deste ano, o Brasil contabilizou 37 confirmações da doença em todo o território nacional. Todos os registros correspondem a casos importados, sem transmissão autóctone (local) do vírus.
Situação nacional
O número de ocorrências de sarampo na região das Américas aumentou significativamente neste ano. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) notificou, até 7 de novembro, 12.596 casos e 28 óbitos em dez países do continente. A maior parte destas infecções ocorreu no México.
A Opas reforça que a transmissão afeta principalmente comunidades com baixas taxas de vacinação. De acordo com a entidade, 89% dos casos ocorreram em pessoas não imunizadas ou com o status vacinal desconhecido.
Contágio e prevenção da doença
O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa, que já se configurou como uma das principais causas de mortalidade infantil no mundo. A transmissão do vírus ocorre por via aérea, de pessoa para pessoa, por meio da tosse, espirro, fala ou respiração de indivíduos contaminados.
O vírus é extremamente infeccioso, o que significa que um paciente contaminado pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não possuem imunidade. Por este motivo, a imunização contra o sarampo representa a principal e mais eficaz forma de prevenção.
Os principais sintomas da doença são manchas vermelhas no corpo e febre alta, acima de 38,5 graus. A febre deve estar acompanhada de tosse, conjuntivite, nariz escorrendo ou mal-estar intenso. Casos podem evoluir para complicações graves, com possibilidade de causar diarreia intensa, infecções de ouvido, cegueira, pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro).
Brasil mantém certificação
O Brasil recebeu a certificação da eliminação do sarampo em 2016. No entanto, o país perdeu este status em 2019, após o registro de mais de 21,7 mil casos da doença, impulsionados pelo grande fluxo migratório associado às baixas coberturas vacinais.
O último caso de sarampo considerado endêmico foi em junho de 2022, no Amapá. Em função de demonstrar a ausência de transmissão local por pelo menos um ano, a Opas voltou a certificar o Brasil como livre da circulação do vírus em novembro de 2024.
Entretanto, a Opas anunciou em novembro passado que a região das Américas perdeu a verificação de área livre da transmissão endêmica do sarampo, devido à alta circulação viral. O Ministério da Saúde informou que o Brasil ainda mantém a certificação internacional de país livre da circulação do vírus.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.











