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25 abr 2024 20:58


Professores de contratos temporários denunciam irregularidades em contratações

Um grupo de professores denuncia que Secretaria de Educação do DF (SEDF) não cumpriu a ordem de classificação do Processo Seletivo Simplificado, publicado no Diário Oficial do DF (DODF) (5/Dez) para contratos temporários. O motivo segundo os profissionais é a existência de ‘contratos de gaveta’ para “beneficiar parentes e amigos de outras regionais”. Os educadores acusam a prática de nepotismo e conivência por parte do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF).

Um desses professores, que aguarda a contratação e prefere não ser identificado, afirmou que a SEDF alega não conseguir professores de contratos temporários para cobrir carências do quadro de educadores efetivos, que por algum motivo se afastam por curtos períodos. Desempregado e disposto a aceitar a contratação mesmo que por curto período de tempo, o profissional refuta esse argumento.

 “Na verdade esta carência não é oferecida e chega a ter fim sem ao menos o contrato ficar sabendo, pois não temos como acompanhar quando ela é aberta. Me ofereça uma carência curta ou no especial que com certeza irei trabalhar com um sorriso no rosto.”, afirmou o professor.

Nepotismo

O professor denunciou que a gerente da Gerência de Gestão dos Profissionais da Educação (GPROF), Sônia, contratou a irmã, a professora temporária, Suelen Regina Pereira dos Santos Felix, com a classificação no DODF de nº 363. No entanto, o educador observa que pela ordem classificatória, o próximo a ser chamado seria o número 239. “Isso é nepotismo. Nós acionamos a Secretaria de Educação e o Ministério Público (MPDFT) e queremos transparência nas convocações dos contratos temporários.”, afirmou o professor.

O professor encaminhou ao Blog, um áudio, em que o diretor do Sinpro-DF, Claudio, confirma que houve essa nomeação por parte da servidora da SEDF. No áudio de quase 15 minutos, Claudio Antunes, explica as dificuldades supostamente enfrentadas pela Secretaria para preencher as carências.

“(…) Como é que eles resolveram. Aí é metodologia deles (SEDF). Eles resolveram fazendo uma coisa que se chama ‘busca manual’ como os contratos se recusam a pegar carências pequenas e essas picadas que estão dividias para trabalhar, no caso da redução né. Nesse caso específico era para trabalhar tipo dois dias no 614 e dois ou três lá no 403 (Escolas em Samambaia). Aí o que eles fizeram, saíram atrás de alguns na ordem de fila e foram recebendo um ‘Não”. Aí a Sede, segundo informações que eu tive da própria regional, mandou: – Ah se vira, acha.  É, porque a gente falou para o Sindicato que tinha que resolver a vida dos efetivos lá que tem redução de 20%. O que a chefe do RH fez. Foi em alguém que ela sabia que topava, entre ficar desempregada e pegar uma carga picada em mais de uma escola, e contratou. Por infelicidade a professora é irmã dela, que não é a mesma professora lá de abril, do 510, não. Aí era outra professora que não pode nem aceitar porque ela já estava numa carga quando fez a contratação de coordenadores no início de maio. Então ela foi para uma vaga até o final de ano, de coordenador. E aí ela (Sônia) pegou foi nessa outra professora, que é irmã dela, e disse: – você quer, está muito longe sua classificação, ninguém está querendo essa carga. A professora disse que queria e ela (Sônia) fez a contratação. Estava indo bem, dando aula e ai o pessoal achou que era furação de fila generalizada e acabou criando essa situação.(…)”.

Banco de professores desatualizado

O professor apontou ainda desorganização e questionou a falta de transparência por parte da SEDF: “Em reunião com a Regional de Samambaia o Diretor Celso (Celso Antonio Pereira da Silva), nos passou uma lista a mão, de como estava o banco de professores, pois ate mesmo o banco que temos acesso pela internet está desatualizado. Com muita insistência, pois é um documento oficial, nos deixou tirar foto das carências que estão abertas e não foram oferecidas para os contratos temporários. Observamos que algumas já estão terminando e os alunos ficaram sem aula.“, afirmou o professor.

Secretaria de Educação esclarece

Por meio de nota a Subsecretaria de Gestão dos Profissionais da Educação (Sugepe/SEDF) esclareceu, por intermédio da Assessoria de Comunicação (ASCOM) que o “fato” está em apuração: “Na terça-feira (30), foi suspenso o contrato da professora temporária e também encaminhado o documento para a gerente de Samambaia usufruir do direto de defesa. A servidora tem dez dias úteis para resposta. Somente após esse período, baseada na resposta, a SEDF poderá decidir quais medidas deverão ser tomadas.”

Em relação à transparência a SES informou ainda: “É importante frisar que o Sistema de Gestão de Professores Substitutos (Gespro), utilizado para convocação dos profissionais da Educação, no caso de carências pontuais de efetivos em escolas da rede pública, pode ser acompanhado por todos os profissionais constantes no banco reserva. A senha é pessoal e permite a transparência do processo.”

Que venha a ação do MPDFT

Uma vez que os professores em contratos temporários ofereceram denúncia ao Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), resta aguardar as ações a serem tomadas ou recomendações caso se constate haver irregularidades nos contratos temporários para professores.

Se o MPDFT seguir em relação à Educação, o mesmo caminho que tem apontado para a Saúde, a exigência do fim dos contratos temporários pode se tornar uma realidade não muito distante.

Enquanto isso…

Política Distrital, tentou contato com o diretor do Sinpro-DF, por meio do aplicativo Whatsapp, para obter mais esclarecimentos, porém não obteve sucesso no retorno.

Se os professores temporários estão brigando para dar aula, mesmo que com carências de curtas durações, há algo muito errado quando as manchetes veiculam ou estampam alunos de escolas públicas do DF perderem dias ou partes das disciplinas por falta de educadores.

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