Por Kleber Karpov
O Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), vinculado à Rede Ebserh, foi selecionado para integrar o “CardioTox Trial”, um estudo multicêntrico inédito liderado pelo Hospital Sírio-Libanês (HSL) que investiga a eficácia do medicamento carvedilol na prevenção de disfunções cardiovasculares em pacientes com câncer submetidos a tratamento quimioterápico com antraciclinas. A pesquisa, que conta com a participação de 28 instituições brasileiras, é uma parceria entre o Ministério da Saúde, por meio do Proadi-SUS, e o Sírio-Libanês.
Inovação na cardio-oncologia
O estudo busca avaliar se o carvedilol, um medicamento de baixo custo já disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de insuficiência cardíaca, pode proteger o coração de pacientes oncológicos contra os efeitos cardiotóxicos das antraciclinas, fármacos amplamente utilizados em tratamentos de quimioterapia. A pesquisa é conduzida pelo professor Renato Lopes, da Duke University, e pelo professor Roberto Kalil Filho, do InCor-FMUSP.
A chefe da Unidade do Sistema Cardiovascular do HUB e responsável pela pesquisa na instituição, Sâmela Segóvia, destacou a relevância do estudo. “A insuficiência cardíaca é uma manifestação grave desse quadro. Pacientes que acabam desenvolvendo essa enfermidade são forçados a interromper o tratamento de câncer, e o Brasil está sendo pioneiro na realização desse estudo, que terá impacto mundial”, afirmou a cardiologista.
Estudo de impacto mundial
Iniciado em 2019, o CardioTox Trial pretende recrutar 1.018 pacientes em todo o país, o que o tornará o maior estudo da área de cardio-oncologia no mundo. Até o momento, mais de 700 participantes já foram incluídos na pesquisa, que tem centros em todas as regiões do Brasil, incluindo outros seis hospitais da Rede Ebserh.
Carla Pinheiro, especialista de projetos do Sírio-Libanês, ressaltou o diferencial da pesquisa. “Por se tratar de uma investigação de alta relevância, a participação de diferentes instituições de renome, como o Hospital Universitário de Brasília, não só enriquece a pesquisa com diferentes perspectivas e expertises, mas também se torna mais acessível para a população e o SUS”, disse Pinheiro.
Durante o estudo, os participantes são divididos em dois grupos, um recebendo o carvedilol e outro, placebo. O monitoramento clínico e cardiológico prossegue por 12 meses após o término da quimioterapia. A fase de recrutamento se encerra em dezembro de 2026, com a divulgação dos resultados prevista para 2027.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.











