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05 dez 2025 02:15

Governo Trump ataca o Mais Médicos para retaliar autoridades brasileiras

Justificativa para sanções mira programa Mais Médico por contratar médicos de Cuba por intermédio da OPAS. No entanto, Marco Rubio, filho de imigrantes cubanos, deixa de fora países europeus com suporte de aproximadamente 500 médicos cubanos

Por Kleber Karpov

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou nesta quarta-feira (13/Ago), a revogação de vistos de autoridades do Ministério da Saúde (MS) . A medida, atinge membros da atual gestão do governo federal e de ex-servidores de  organismos internacionais, a exemplo da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Rubio acusa autoridades, sem apresentar provas, de cumplicidade com a exploração de médicos cubanos. O republicano se utilizou de retórica sobre o programa “Mais Médicos”, amplamente utilizado no ser instrumento de trabalho forçado do regime cubano.

Entre os novos sancionados pelo governo norte-americano estão o atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do MS, Mozart Julio Tabosa Sales e; o ex-assessor de Relações Internacionais do MS e ex-diretor de Relações Externas da OPAS
Alberto Kleiman.

Retaliação diplomática

A revogação de vistos, detalhada em comunicado do governo dos EUA, referencia a suposta cooperação com a “ditadura” de Cuba. Na concepção indicada por Rubio, o governo brasileiro teria burlado sanções internacionais, por intermédio da OPAS. No comunicado, Rubio classifica o Mais Médicos um “golpe diplomático inconcebível de ‘missões médicas’ estrangeiras”.

Importante ressaltar que a postura da atual gestão do governo estadunidense, sob comando de Donald Trump, é de confrontar governos considerados alinhados a regimes de esquerda na América Latina.

“A medida é também um recado inequívoco: nem ministros, nem burocratas dos escalões inferiores, nem seus familiares estão imunes. Mais cedo ou mais tarde, todos os que contribuírem para sustentar esses regimes responderão pelo que fizeram — e não haverá lugar para se esconder”, disparou Rubio no comunicado.

Comemoração

As sanções foram comemoradas por parte do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), residente nos EUA, desde março desse ano, para onde se estabeleceu com finalidade de atuar diretamente na Casa Branca e no legislativo norte-americano sanções ao governo e judiciário brasileiros.

Fonte: Reprodução/Twitter

Na rede social X (Antigo Twitter), o deputado expressou apoio à medida de Rubio,  reforçando a narrativa de combate ao comunismo. Em outra ocasião, ao celebrar a revogação de vistos de outras autoridades, o deputado se manifestou com tom de ameaça.

“Eu não posso ver meu pai e agora tem autoridade brasileira que não poderá ver seus familiares nos EUA também – ou quem sabe até perderão seus vistos. Eis o CUSTO MORAES para quem sustenta o regime. De garantido só posso falar uma coisa: tem muito mais por vir!”.

Reação

Questionado, após o anúncio das sanções, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou que o programa salva vidas e deve sobreviver a quaisquer tipos de ataques. “O Mais Médicos, assim como o PIX, sobreviverá aos ataques injustificáveis de quem quer que seja. O programa salva vidas e é aprovado por quem mais importa: a população brasileira. Não nos curvaremos a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos na minha primeira gestão como Ministro da Saúde, Mozart Sales e Alberto Kleiman.[…] Nesse Governo atual, em 2 anos, dobramos a quantidade de médicos no Mais Médicos. Temos muito orgulho de todo esse legado que leva atendimento médico para milhões de brasileiros que antes não tinham acesso à saúde. “, postou nas redes sociais.

Sanção ideológica

As sanções do governo norte-americano, no que tange ao Mais Médicos acabam por demonstrar uma ação meramente ideológica para com o governo brasileiro. Um paradoxo, que começou a ser questionado nas redes sociais é: por que Trump deixou de punir, por exemplo, a Italia, por manter relação de cooperação com Cuba, uma vez que o país também contratou médicos cubanos. Acaso, em decorrência de a primeira ministra italiana, Giorgia Meloni ser ideologicamente alinhada com Trump?

Atualmente, aproximadamente 500 profissionais médicos atuam em países europeus, a exemplo de Bérgamo, Calábria e Polistena na Italia. Andorra e Portugal também registram a atuação desses profissionais de saúde.

Mais Médicos

Criado em 2013, durante o governo da então presidente Dilma Rousseff, por meio da Medida Provisória nº 621. O principal objetivo era ampliar a oferta de médicos na Atenção Primária à Saúde (APS), com foco em regiões de extrema pobreza, áreas rurais e periferias de grandes cidades, onde a carência de profissionais era mais crítica.

O programa original recebeu médicos brasileiros e foi complementado e marcado com a vinda de milhares de médicos cubanos por meio de um convênio com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o que gerou intensa controvérsia política e corporativa.

Em 2019, o então presidente, Jair Messias Bolsonaro (PL/RJ), viu Cuba deixar o acordo e acabou por lançar o Mais Médicos pelo Médicos pelo Brasil, com prioridade à seleção de profissionais brasileiros. Com a eleição de Lula, em 2023, o programa original foi retomado, sob o nome Mais Médicos Brasil foi retomado, porém, com foco em contratação de médicos brasileiros.

Relatórios do MS indicam que o número de profissionais ativos já ultrapassa a marca de 26 mil médicos a atuar na APS em todo país.




Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894 Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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