A reeleição de Donald Trump e a intensificação de suas políticas migratórias têm levado muitos brasileiros nos Estados Unidos a buscar alternativas para regularizar sua situação no país. Uma estratégia que ganha destaque é a obtenção de cidadania europeia, especialmente por meio de ascendência portuguesa ou italiana, como forma de assegurar a permanência legal e evitar possíveis deportações.
De acordo com dados do Eurostat, instituto de estatísticas da União Europeia, os brasileiros estão entre as dez nacionalidades que mais obtiveram cidadania europeia em 2022. Foram 25,9 mil concessões, um aumento de 26% em relação ao ano anterior. Desse total, quase 70% das cidadanias foram obtidas na Itália e em Portugal.
Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e Associados, escritório de advocacia com unidades no Brasil e nos Estados Unidos, observa que essa tendência está diretamente ligada às políticas migratórias mais rigorosas dos Estados Unidos. “Muitos brasileiros estão recorrendo às suas origens europeias para obter uma segunda nacionalidade, visando garantir maior segurança jurídica diante do cenário atual”, comenta.
Vantagens e desafios da dupla cidadania
A obtenção de uma cidadania europeia oferece vantagens significativas. Além de proporcionar o direito de residir legalmente nos Estados Unidos através de vistos específicos, também abre portas para oportunidades em países da União Europeia. “Ter uma segunda nacionalidade amplia as possibilidades de trabalho e residência, não só nos EUA, mas em diversos países, garantindo uma rede de segurança para esses imigrantes”, explica Toledo.
No entanto, o advogado alerta para a complexidade e os desafios desse processo. “É fundamental que os interessados busquem uma orientação jurídica adequada para entender os requisitos e procedimentos necessários. “Cada país possui suas particularidades, e uma boa assessoria é essencial para evitar fraudes e garantir a legitimidade da cidadania”, enfatiza.
Diante das políticas migratórias mais restritivas, a busca por alternativas legais se torna crucial. A cidadania europeia, quando possível, surge como uma solução viável para muitos brasileiros que desejam assegurar sua permanência nos Estados Unidos e evitar o risco de deportação. “Essa estratégia, muitas vezes, tem se mostrado uma saída eficaz para aqueles que se enquadram nos critérios exigidos pelos consulados”, conclui Toledo.
