Por Kleber Karpov
O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, alertou, durante a 27ª Jornada Nacional de Imunizações, em São Paulo, nesta sexta-feira (05/Set), para a incidência continua, além do aumento de casos de covid-19, em circulação em várias cidades brasileiras. O médico destacou que a doença segue a representar risco significativo para as populações vulneráveis, especialmente, às crianças com menos de 2 anos e os idosos.
“Obviamente não com o mesmo impacto do período da pandemia, mas ela não desapareceu”
Alberto Chebabo
Presidente da SBI
Populações de risco
Segundo o infectologista, a doença tem atingido de forma mais severa grupos específicos. Crianças com menos de 2 anos, que não foram expostas previamente ao vírus, correm maior risco de complicação e hospitalização. “Em 2024, por exemplo, foram 82 óbitos de crianças. É um número bastante expressivo, considerando que são crianças acometidas por uma doença que é imune e prevenível por vacina”, alertou.
Idosos acima de 60 anos e gestantes também compõem os grupos de maior suscetibilidade a complicações e óbitos. Chebabo defendeu a testagem como estratégia de saúde pública fundamental para esses grupos, a fim de reduzir os riscos.
Vacinas combinadas em debate
No mesmo evento, o epidemiologista Expedito Luna, da USP, explicou que, por enquanto, a combinação da vacina de covid-19 com a da influenza em uma única dose não é viável para o Brasil. Segundo ele, o vírus SARS-CoV-2 ainda não apresenta um comportamento sazonal claro, como o da gripe, e a política atual do Ministério da Saúde recomenda duas doses anuais da vacina contra a covid-19 para os grupos de risco, o que dificultaria a aplicação conjunta.
Alta confirmada em dados
Dados recentes da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) corroboram o alerta. O índice de positividade para covid-19 atingiu 13,2%, o maior desde março deste ano. Segundo Alex Galoro, patologista clínico da Abramed, a alta é explicada pela queda natural da imunidade, pelo surgimento de novas variantes e por fatores sazonais, como aglomerações em ambientes fechados durante o inverno.
Rio de Janeiro, Amazonas…
Um dos cenários mais preocupantes no país se dá no Rio de Janeiro e no Amazonas, em que boletins indicam , a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) — uma complicação resultante de infecções por vírus, como covid-19, influenza e o sincicial respiratório —, como principal causa de hospitalização de idosos. Dados esses divulgados, na quarta-feira (4/Set), pelo Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com dados do período de 24 a 30 de agosto.
Ainda de acordo com o boletim, o crescimento nas notificações de SRAG por covid-19 ocorrem ainda no Distrito Federal, em Mato Grosso, São Paulo, no Paraná, em Minas Gerais e nos estados do Piauí e da Paraíba.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










