Por Kleber Karpov
O corpo humano atinge o limite de sua capacidade de regulação térmica quando exposto a temperaturas superiores a 35°C em ambientes de alta umidade. O alerta, feito por especialistas em saúde, ganha relevância com o aviso vermelho de grande perigo emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, com previsão de duração até segunda-feira (29/Dez).
A exposição ao calor excessivo pode levar à falência térmica, uma emergência médica grave. O quadro caracteriza-se por temperatura corporal acima de 40°C, pele quente e seca, além de confusão mental e fala arrastada. O clínico geral Luiz Fernando Penna explica que, embora o organismo acelere os batimentos cardíacos e a sudorese para resfriar, esses mecanismos possuem um limite biológico.
“Muitas pessoas acreditam que causa apenas mal-estar, mas estamos falando de riscos reais, que incluem desde quedas de pressão até falência térmica”, afirmou o médico Luiz Fernando Penna.
Grupos de risco
As altas temperaturas impõem sobrecarga severa a pacientes com hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca e doenças renais ou pulmonares. Além da condição de base, o uso de determinados medicamentos exige cautela redobrada. Substâncias como diuréticos, antidepressivos e anti-hipertensivos podem interferir na dilatação dos vasos ou descontrolar a regulação térmica natural.
O calor também impacta funções cognitivas e produtividade. A falta de descanso adequado e a interferência no sono prejudicam o humor, a memória e a capacidade de tomada de decisões rápidas.
Correlação com a mortalidade
Estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), publicados em fevereiro de 2025, comprovam a relação direta entre temperaturas elevadas e o aumento da mortalidade. A análise de 800 mil óbitos ocorridos entre 2012 e 2024 aponta que idosos e portadores de doenças metabólicas ou Alzheimer são os mais vulneráveis.
Pesquisadores ressaltam que os efeitos do calor extrapolam problemas cardiovasculares, atingindo também o trato urinário. O risco de colapso torna-se iminente quando não há reconhecimento precoce dos sinais de estresse térmico.
Orientações e cuidados

As autoridades de saúde recomendam evitar a exposição solar direta entre 10h e 16h e suspender exercícios físicos em horários críticos. Para trabalhadores que não podem interromper as atividades ao ar livre, a orientação é realizar pausas frequentes em locais sombreados.
A manutenção da hidratação deve ser feita prioritariamente com água ou sucos naturais, evitando bebidas alcoólicas que aceleram a desidratação. Em ambientes domésticos, a indicação é manter janelas e cortinas fechadas durante o dia para impedir a entrada de calor e abri-las apenas durante a noite para ventilação.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.











