Por Kleber Karpov
A American Heart Association (AHA), autoridade mundial na definição de protocolos de primeiros socorros, reanimação cardiopulmonar (RCP) e emergências cardiovasculares, alterou em outubro deste ano (28/Out) as suas diretrizes oficiais. A principal ênfase da mudança recai sobre a sequência de ação em casos de engasgo com obstrução das vias aéreas, determinando que a Manobra de Heimlich seja agora precedida por uma série de pancadas nas costas para bebês, crianças e adultos conscientes. Anteriormente, o protocolo orientava o socorrista a começar diretamente pelas compressões abdominais.
Novos procedimentos
Para bebês com idade inferior a um ano, a nova recomendação estabelece a alternância de cinco pancadas nas costas com cinco compressões no peito. Estes movimentos devem ser realizados com a base da palma da mão, continuando até que o corpo estranho seja expulso ou a criança perca a consciência.
Segundo a orientação técnica, o socorrista deve primeiramente verificar se o bebê está realmente engasgado. Entre os sinais de obstrução total estão a incapacidade de tossir, chorar, respirar, além de mudança na coloração da pele ou se o bebê aparenta estar mole.
Ao constatar o engasgo, o bebê deve ser apoiado de bruços sobre o antebraço do socorrista, mantendo a cabeça em uma posição mais baixa que o corpo. Em seguida, o socorrista deve aplicar cinco pancadas firmes nas costas, na região entre as escápulas, e virar o bebê de barriga para cima para realizar cinco compressões torácicas no centro do peito, com a base da palma da mão.
O profissional ou a pessoa que estiver prestando socorro deve alternar os dois movimentos até que o objeto seja expelido ou o bebê desmaie. É proibido introduzir os dedos na boca, caso o corpo estranho não esteja visível. Se o bebê perder a consciência, é mandatório iniciar a reanimação (RCP) com trinta compressões no peito, utilizando os dois polegares, seguidas por duas ventilações.
Orientações para adultos e crianças
No que concerne ao socorro a crianças com mais de um ano e adultos, o protocolo revisado começa com a checagem da obstrução total, ausência de tosse, som ou respiração. Somente após esta checagem, a pessoa responsável pelo socorro deve se posicionar atrás da vítima, inclinando-a levemente para a frente.
O socorrista deve aplicar cinco pancadas firmes nas costas, utilizando o calcanhar da mão. Caso a obstrução não seja resolvida, ele deve realizar cinco compressões abdominais, a tradicional manobra de Heimlich.
Para a execução da manobra de Heimlich, o punho fechado é posicionado acima do umbigo e abaixo do osso do peito, sendo segurado pela outra mão e comprimido com força para dentro e para cima. É fundamental que as pancadas nas costas e as compressões sejam alternadas até que o objeto seja expelido ou a vítima desmaie. Caso a pessoa engasgada perca a consciência, é necessário deitá-la e iniciar as compressões torácicas no ritmo da RCP tradicional, que varia entre cem e cento e vinte compressões por minuto.
Capacitação em RCP
Em seu comunicado à imprensa, a American Heart Association incentivou a população a buscar cursos de Reanimação Cardiopulmonar (RCP) para obter a capacitação necessária para agir em situações de emergência.
“Sabemos que a RCP de alta qualidade salva vidas e precisamos de apoio dedicado para garantir que todos que precisam de RCP de alta qualidade a recebam. Isso começa com o aprendizado. Incentivamos todos a fazerem um curso de RCP para aprender as habilidades e técnicas necessárias para prestar cuidados que salvam vidas em uma emergência. Todos têm um papel a desempenhar na cadeia de sobrevivência”, disse Panchal.
O presidente voluntário do Comitê Científico de Cuidados Cardiovasculares de Emergência da AHA, Ashish Panchal, médico e professor de medicina de emergência na Universidade Estadual de Ohio, atribuiu a citação. O conjunto de novas diretrizes deve ser publicado em conjunto nos periódicos Circulation, da American Heart Association, e Pediatrics, da American Academy of Pediatrics.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.











