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05 dez 2025 11:02

Após sancionar lei do Instituto HBDF Secretaria de Saúde ‘transfere’ Sala Vermelha do Guará para o Base

Falta de profissionais de saúde está por trás da desativação na unidade no HRGu

Por Kleber Karpov

A Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) desativou a Sala Vermelha do Hospital Regional do Guará (HRGu) na manhã de quarta-feira (12/Jun). Para a SES-DF a ‘mudança’ é apenas uma forma de reforçar porém, para servidores, entidades sindicais e a população local essa é uma manobra do governo para ‘turbinar’o Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF), que teve lei sancionada no final de junho, com previsão de efetivação para o início de 2018. Mais que isso, Política Distrital (PD) teve acesso a Memorando da SES-DF que mostra o real motivo, a falta de profissionais de Saúde.

Para o diretor do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (SINDATE-DF), a Newton Batista, SES-DF comete um desserviço à população. Segundo Batista, em um vídeo gravado na hora da desativação da Sala Vermelha no HRGu, a unidade atendia demanda das Regiões Administrativas de Estrutural, Águas Claras, Candangolandia, Cruzeiro, SIA, Núcleo Bandeirante.

PD conversou ainda com um Bombeiro Militar, que sob sigilo de identidade, criticou a desativação da Sala vermelha do SAMU no HRGu. “É preocupante pois no DF nós tínhamos apenas duas salas vermelhas, a do Base e a do Guará e quando a do Hospital de Base estava lotado, nós encaminhávamos as pessoas socorridas para o Guará. Sem essa unidade, agora o atendimento de emergência pode ficar mais complicado.”, disse.

O que diz a SES?

PD entrou em contato com a SES-DF para questionar o motivo da desativação da sala vermelha do HRGu. Por meio de nota, a Pasta tenta minimizar o impacto das mudanças.

“O atendimento de trauma, cardiovascular e cerebrovascular do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) foi reforçado, a partir desta quarta-feira (12), com o remanejamento de 26 profissionais da área de enfermagem do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que atuavam, até então na Sala Vermelha do Hospital Regional do Guará (HRGu). Agora, o HRGu passa a funcionar com os servidores da equipe médica e de enfermagem lotados na unidade.

Vale ressaltar que a mudança não traz nenhum prejuízo à população, pois os atendimentos continuarão a ser prestados de igual forma. Além disso, o remanejamento de recursos humanos melhorará a assistência de alta complexidade oferecida no Base. Portanto, não haverá o fechamento do Pronto Atendimento do HRGu.

A superintendência da região Centro-Sul será a responsável por realizar a gestão dos profissionais que atuarão no Pronto-Atendimento do HRGu, de forma a manter o serviço em funcionamento.”.

Falta de servidores

Mas, PD teve acesso a outra explicação, além do Memorando 201/2017, que circula em grupos de gestores da SES-DF no aplicativo Whatsapp, encaminhada por um servidor que não quer ser identificado. O Memorando apontou o real motivo da ‘transferência’ de servidores do HRGu para o Hospital de Base, a falta de servidores na Secretaria de Saúde.

“A partir dessa semana haverá uma adequação do pronto atendimento no HRGu e no HBDF, a fim de qualificar o atendimento às urgências e emergências mais graves, com maior risco de mortalidade, envolvendo urgências traumáticas, neurológicas e cardiológicas.
A Portaria GM/MS no 1.600, de 7 de julho de 2011, que institui a Rede de Atenção às Urgências no SUS é clara. Segundo a norma, a rede deve priorizar as linhas de cuidados cardiovascular, cerebrovascular e traumatológica.
No Distrito Federal, o Centro de Trauma e o Centro Neurocardiovascular do HBDF são retaguarda ao atendimento pré-hospitalar e são atores indispensáveis para as linhas de cuidado do trauma, do IAM (Infarto Agudo do Miocárdio) e do AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Para se compreender a importância desses serviços, no ano de 2016, o Centro de Trauma do HBDF prestou 1.093 (mil e noventa e três) atendimentos.
Hoje o Centro de Trauma e o Centro Neurocardiovascular do HBDF contam com equipamentos e profissionais do SAMU e do HBDF. São os recursos humanos que mantém a qualidade do serviço.
Nesse sentido, a fim de garantir a continuidade dos serviços prestados, os servidores de enfermagem lotados no SAMU, que cumprem escala de plantão no Centro de Emergência do Guará – HRGu – serão remanejados para o Centro Neurocardiovascular e para o Centro de Trauma do HBDF.
Não se trata de fechamento do Pronto Atendimento do HRGu. E sim de uma transferência da gestão dos recursos humanos do Centro de Emergência Médica para o HRGu e de um remanejamento de profissionais de enfermagem lotados no SAMU para o Centro de Trauma e para o Centro Neurocardiovascular do HBDF.
Não haverá prejuízos para a população. A Superintendência Centro-Sul irá realizar a gestão de recursos humanos do Pronto-Atendimento do HRGu de forma a manter o atendimento prestado. A equipe médica, que é do HRGu, permanecerá no mesmo hospital. E a população irá se beneficiar com a qualificação do atendimento à urgências médicas de maior mortalidade: urgências traumáticas, neurológicas e cardiológicas.”

Sucateamento deliberado

Mas, para o presidente do Sindicato dos Médicos do DF (SINDMÉDICO-DF), Gutemberg Fialho, que considerou a desativação da Sala Vermelha do HRGu, o caso reflete a falta de gestão na Saúde.

“Eles nomeiam comissionados diariamente, mais não concedem 40h e nem contrata concursados para os serviços funcionarem, agindo deliberadamente para sucatear o serviço, levando ao que já denunciamos, aumento dos óbitos evitáveis.”, disse Fialho.

Mas e o instituto HBDF?

Um áudio, de autor não identificado, que também circula em grupos do Whatsapp, um homem aponta a ‘estranheza’ da transferência da Sala vermelha do HRGu para o HBDF.

A pessoa questiona o secretário de Saúde do DF, Humberto Lucena Pereira da Fonseca ter aguardado a sanção da Lei distrital 5.899/2017, do Instituto Hospital de Base (IHBDF), para só então transferir a estrutura de atendimento emergencial do Guará para o HBDF, além de sugerir que o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) deveria pedir a prisão de Fonseca.

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