Por Kleber Karpov
O neurocirurgião Orlando Maia alertou, neste domingo (21/Dez), para o aumento de casos de acidente vascular cerebral (AVC) durante o verão no Rio de Janeiro. A elevação das temperaturas provoca desidratação e vasodilatação, o que facilita a coagulação sanguínea e o entupimento de vasos cerebrais. Segundo o especialista do Hospital Quali Ipanema, a incidência da doença costuma dobrar nesta época do ano devido à combinação de fatores climáticos e negligência com a saúde.
O calor excessivo gera desidratação natural das células e causa o aumento da possibilidade de coagulação sanguínea. O sangue fica mais espesso e concentrado, condição que favorece a ocorrência de tromboses. O AVC isquêmico, originado por coágulos, domina o volume de registros e representa cerca de 80% das ocorrências atendidas.
A pressão arterial apresenta tendência de queda no verão em razão da vasodilatação compensatória. Esse processo pode gerar arritmias cardíacas e favorecer a formação de coágulos que devem migrar para o cérebro. O consumo elevado de bebidas alcoólicas e a falta de rigor com medicamentos de uso contínuo ampliam os riscos para os pacientes neste 21 de dezembro.
“Quando não mata, deixa a pessoa incapaz. Eu digo que é uma doença que não é na pessoa, mas na família, porque pelo menos duas pessoas vão ter que se dedicar a cuidar daquele doente com AVC. Além da mortalidade, ela é uma doença extremamente desabilitadora. A pessoa fica sem andar direito, sem falar direito, sem condições de se alimentar sozinha”, disse Orlando Maia.
Hábitos de risco e prevenção
O tabagismo atua como uma das maiores causas externas para o desenvolvimento da enfermidade cerebrovascular. A nicotina bloqueia a proteína elastina e reduz drasticamente a elasticidade dos vasos sanguíneos. A substância também provoca processos inflamatórios que facilitam a adesão de placas de colesterol e o entupimento das artérias.
A identificação ágil de sintomas como paralisia súbita, fala enrolada ou perda de visão deve ser crucial para a recuperação. O atendimento médico imediato permite o uso de medicamentos trombolíticos em uma janela de até quatro horas e meia. Casos específicos podem receber tratamento via cateter para aspiração do coágulo em até 24 horas após o início dos sinais.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.











