Por Kleber Karpov
A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (Progressistas), tem forte atuação em diversas bandeiras relacionados a defesa das mulheres. Dentre as principais, o enfrentamento ao feminicídio, por meio da integração de dados e do fortalecimento da rede de proteção. Desde 2023, ano em que assumiu o cargo, a gestora tem liderado a criação de novos protocolos de segurança e o desenvolvimento de programas de suporte social e financeiro para mulheres em situação de risco.
O tema, classificado pela própria vice-governadora como a “pauta das mulheres”, é uma prioridade para o governo distrital. Iniciativas essas amplo apoio do governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB). Vale ressaltar que no início da gestão, a Leoa, como é carinhosamente chamada, chegou a afirmar que o Distrito Federal vivia o pior índice histórico de feminicídios, e impulsionou a revisão das políticas públicas.
Protocolo e busca ativa
Uma das principais iniciativas implementadas sob a liderança de Celina Leão foi o desenvolvimento e a atualização do Protocolo de Combate ao Feminicídio. A medida visa ampliar a eficiência no enfrentamento do crime e foi motivada a partir da análise de dados em que se constatou que 70% das vítimas fatais nunca haviam registrado ocorrência policial antes de o óbito ser consuumado.
Em reuniões com a cúpula de segurança e a área social do Governo do Distrito Federal (GDF), Celina Leão destacou a importância de “furar essa bolha” e fazer com que mulheres que não denunciam procurem o Estado. Em agosto de 2025, a Leoa, durante um encontro, mencionou o sucesso de uma das ferramentas de proteção. “Já passaram mais de duas mil mulheres no Viva Flor; temos neste momento 1,2 mil, e nenhuma delas morreu. Precisamos furar essa bolha, para fazer com que elas sejam ajudadas pelo Estado”, concluiu a representante do Executivo.
A vice-governadora também chamou a atenção para o percentual de vítimas que, apesar de terem medidas protetivas, acabaram sendo assassinadas. Outro ponto de preocupação abordado por Celina Leão foi a necessidade de amparar as mulheres que retornam para o convívio com seus agressores por falta de suporte financeiro. Para estes casos, o GDF priorizou programas de qualificação profissional, como o QualificaDF e o RenovaDF, com o objetivo de oferecer autonomia econômica.
Pesquisa inédita com feminicidas
Para garantir que as políticas públicas sejam direcionadas por evidências científicas, a vice-governadora dedicou-se pessoalmente à criação de uma pesquisa inédita sobre feminicídio. O levantamento está sendo realizado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPDF).
O estudo, que envolve mais de 5.000 questionários, tem como foco a análise aprofundada das motivações dos criminosos. A metodologia inclui entrevistas com os autores de feminicídios, uma abordagem considerada inédita no país por ser conduzida por um instituto público. A vice-governadora explicou o objetivo da pesquisa, que é obter dados técnicos robustos.
Celina Leão comentou sobre a relevância do levantamento ao questionar práticas atuais. “Eixos, né? Não, olha, tem que botar foto é do é do agressor. Isso tudo é achismo. A gente não tem uma pesquisa que se fale sobre isso. Então, o recorte é bem robusto para que a gente possa entender um pouco melhor e combater isso com mais aí. que é é autoridade e firmeza aqui no Distrito Federal”, disparou Celina Leão, em referência à necessidade de direcionar corretamente o combate ao crime.
Violência contra a mulher
Em 2024, o GDF estabeleceu novas políticas no combate à violência contra a mulher. Entre as medidas, está a priorização da saúde mental das vítimas e a atenção aos órfãos de feminicídio.
O governo instituiu a concessão de uma bolsa para os filhos que perderam as mães em decorrência do crime. De 2015 a 2022, a capital federal registrou a perda de 297 mães assassinadas por seus companheiros ou ex-companheiros.
Como governadora em exercício, Celina Leão também lançou campanhas institucionais contra a violência doméstica, nas quais reforçou o apelo para que não apenas as vítimas, mas também amigos e familiares, denunciem os casos. “Ela pediu pelo amor de Deus para não morrer, mas morreu. E no que o estado falhou? É essa a reflexão que precisamos fazer”, disse a vice-governadora em um dos eventos, conclamando a sociedade a auxiliar na denúncia.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










