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Ex-capitão do Bope atribui números de letalidade de mortes por agentes públicos, da gestão de Rosa Garotinho, à Benedita da Silva

Inspiração ao personagem Capitão Nascimento do filme “Tropa de Elite”, Pimentel acusa Benedita da Silva de ter piores números de letalidade, comparados com óbitos do governo de Castro. Porém, gestão do atual governador entre os anos de 2020 a 2022, superam mortalidade da ex-governadora

Publicado em 02/11/2025 – Alterado em 03/11/2025 às 14h36

Por Kleber Karpov

Em entrevista a veículos de imprensa, o ex-capitão do Bope, Rodrigo Pimentel, tem questionado falas e números da ex-governadora do Rio de Janeiro, atual deputada federal, Benedita da Silva (PT). Manifestações essas para fazer contraponto aos números do atual governador do Estado, Claudio Castro (PL), uma vez que o chefe do Palácio das Laranjeiras se tornou alvo de críticas da parlamentar, em decorrência do saldo de 121 óbitos, desses, quatro policiais.

Em uma das entrevistas, ao MyNews, jornal digital da jornalista Mara Luqued, Pimentel, ex-oficial do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que inspirou o personagem Capitão Nascimento do filme “Tropa de Elite” afirmou ter recorrido aos dados do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP), para confrontar os números de Benedita da Silva com os de Castro.

Também jornalista, Pimentel criticou os profissionais de imprensa, ao afirmar que “Benedita teve uma política de segurança pública muito mais sanguinária que a do Cláudio Castro” ocasião em que afirmou não ter visto “nenhum colega indignado com a Benedita.”, sobre os números da então governadora. O que, segundo o ex-Bope “Então, essa discussão deixou de ser técnica, verdadeira, embasada em números para se tornar uma discussão política.”.

1.195 óbitos por letalidade policial

Pimentel, foi categórico em afirmar que checou os dados do ISP e constatou que os números de Benedita foram os piores, da série histórica de 1995 à 2002. Dados esse que deveriam servir de referência aos jornalistas para confrontarem Benedita.

“Eu chequei nos dados do ISP, os números da letalidade policial do governo Benedita e pasmem, foram os piores números da história do Rio de Janeiro na série histórica de 95 a 2002. O governo Benedita foi o que mais matou na história, sabia disso? Acabei de checar, os números do seu governo foram os piores da série histórica, os piores. A polícia que mais matou no Rio de Janeiro não foi a do Cláudio Castro, foi a sua. A do Cláudio matou em 2024, 669 bandidos em confronto. A de Benedita matou 1.195.”, disse Pimentel.

Fonte: Youtube.com/mynews

O ex-Bope, na entrevista com Mara Luquet, chegou a questionar a falta de confronto, por parte dos jornalistas presentes à coletiva de Benedita da Silva, sobre os números durante a gestão da ex-governadora, em relação as mortes atribuídas à polícia de Castro.

“E aí eu fiz um exercício que a imprensa brasileira definitivamente não faz, não faz. Eu chequei nos dados do ISP, os números da letalidade policial do governo Benedita e pasmem, foram os piores números da história do Rio de Janeiro na série histórica de 95 a 2002. O governo Benedita foi o que mais matou na história, sabia disso? Não, não sabia disso, sabia? Bom, talvez não se preocupe com isso. Então, será que será que um jornalista ontem até colocar esses números, será que um jornalista ontem naquela coletiva da Benedita se ele tivesse um pingo de conhecimento de honestidade moral de caráter de ética será que ele não poderia levantar a mão: ‘Benedita, acabei de checar, os números do seu governo foram os piores da série histórica, os piores. A polícia que mais matou no Rio de Janeiro não foi a do Cláudio Castro, foi a sua.'”, questionou Pimental.

Porém…

Embora Pimentel pareça ter cometido um deslize com relação aos números, ao atribuir à Benedita da Silva, as 1.195 mortes praticados por agentes públicos, segundo o ISP de 2003 (Versão PDF), o fato é que a ex-governadora esteve a frente do cargo, a partir de 6 de abril de 2002, em substituição ao então governador Anthony Garotinho (PSB à época), e permanece até 1º de janeiro de 2003, ocasião da posse de Rosinha Garotinho como governadora eleita do estado do Rio de Janeiro. 

Logo, durante a gestão de Benedita da Silva, o registro correto de mortes or intervenção de agentes do Estado, segundo o ISP foram de 900 mortes. E as 1.195 atribuídas por Pimentel à ex-governadora, na prática são referentes a sucessora, Rosinha Garotinho.

O que Pimentel não disse

A gestão de Castro, segundo dados do ISP (Versão Web), não informados por Pimentel indica que nos anos de 2020 a 2022, a Segurança Pública do Rio de Janeiro contabilizou números maiores que os de Benedita da Silva. Foram 1.245 óbitos por letalidade policial em 2020 — porém o governador assumiu o cargo em 28 de agosto de 2020, em substituição a Wilson Witzel em decorrência de impeachment —, outras 1.356 mortes em 2022, 871 (2023) e (707) em 2024.

As informações apresentadas por Pimentel, em relação ao quantitativo equivocado também foi repercutido por alguns veículos da imprensa, conforme apurado por PDNews.

Número de Mortes por intervenção policial no RJ (2020–2024) no Rio de Janeiro (2020/2024) – Fonte: ISP/SSP-RJ

Alterado em 03/11/2025 às 14h36 para correções

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