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07 dez 2025 03:00

Rio de Janeiro registra a operação mais letal dos últimos 15 anos

Balanço parcial da Operação Contenção indica 64 mortos e 81 presos em ações nos Complexos do Alemão e da Penha

Por Kleber Karpov

A Operação Contenção, deflagrada pelas forças de segurança no Rio de Janeiro (29/Out), tornou-se a maior ação policial dos últimos quinze anos no estado e também a mais letal, com o registro de 64 mortes até o momento. A mobilização, que superou o número de óbitos da operação de 2021 no Jacarezinho, mobilizou 2,5 mil policiais civis e militares nos complexos do Alemão e da Penha. O objetivo central é capturar lideranças criminosas e conter a expansão territorial da facção Comando Vermelho.

A Operação Contenção, que resultou em 64 mortes, supera o balanço da ação no Jacarezinho em 2021, que deixou 28 mortos e foi amplamente noticiada como uma chacina.

Ofensiva e resultados

De acordo com informações do governo do estado, a operação foi iniciada após mais de um ano de investigação e sessenta dias de planejamento estratégico. O objetivo da ação é dar cumprimento a centenas de mandados de prisão e de busca e apreensão. Estes mandados foram expedidos pela Justiça, com base em inquéritos da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

O balanço parcial divulgado pelas autoridades registra 81 pessoas presas, 72 fuzis apreendidos, além de uma grande quantidade de drogas que ainda está em processo de contabilização.

Durante entrevista coletiva realizada nesta manhã, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), o governador Cláudio Castro, representante do governo do estado, enfatizou a atuação das forças de segurança.

“Estamos atuando com força máxima e de forma integrada para deixar claro que quem exerce o poder é o Estado. Os verdadeiros donos desses territórios são os cidadãos de bem, trabalhadores. Seguiremos firmes na luta contra o crime organizado​”, afirmou Castro.

O governador complementou sua fala, indicando que a natureza da criminalidade enfrentada transcendeu a definição de crime comum, passando a ser classificada como “narcoterrorismo”. “Os criminosos estão usando tecnologia de guerra: drones, bombas e armamentos pesados. Mas o Estado está preparado”, completou Castro.

Mobilidade urbana

Em decorrência da operação, o município do Rio de Janeiro entrou em estágio 2 de atenção, o que significa um risco de ocorrência de alto impacto na cidade.

Segundo o Centro de Operações e Resiliência, órgão da Prefeitura do Rio de Janeiro, diversas vias no entorno dos complexos do Alemão, Penha, Chapadão, e São Francisco Xavier, na zona norte, assim como na Freguesia e na Taquara, nas zonas oeste e sudoeste, respectivamente, enfrentam interdições temporárias. Mais de cem linhas de transporte público tiveram seus itinerários alterados.

O tema alcançou grande repercussão nas redes sociais. Termos como Comando Vermelho e Hell de Janeiro figuram entre os mais comentados em nível nacional na rede X, onde usuários compartilharam vídeos nesta terça-feira, registrando tiroteios, fumaça e as interdições das vias.

Conforme uma pesquisa divulgada no ano passado pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF) e pelo Instituto Fogo Cruzado, o Comando Vermelho (CV) foi a única facção criminosa a expandir seu controle territorial entre 2022 e 2023 no Grande Rio. Com o aumento de 8,4%, a organização ultrapassou as milícias e passou a dominar 51,9% das áreas controladas por criminosos na região metropolitana.

A pesquisa demonstrou que o Comando Vermelho retomou a liderança de 242 km² que haviam sido perdidos para as milícias em 2021. Naquele ano, 46,5% das áreas sob controle criminoso pertenciam às milícias, enquanto 42,9% estavam sob o domínio do Comando Vermelho.




Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894 Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

 

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