Por Kleber Karpov
O governo de Israel ratificou um cessar-fogo com o grupo militante palestino Hamas nesta sexta-feira (9/Out), o que deve abrir caminho para a suspensão das hostilidades em Gaza dentro de 24 horas. O acordo prevê a libertação dos reféns israelenses dentro de 72 horas após o início do cessar-fogo o que acende a expectativa do fim do terror de dois anos.
O que prevê o acordo
O gabinete israelense concordou com o acordo nas primeiras horas da sexta-feira, cerca de 24 horas depois que os mediadores anunciaram a iniciativa. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou pelo X que “o governo acaba de aprovar a estrutura para a libertação de todos os reféns – os vivos e os mortos”.
O acordo é o maior passo até agora para pôr fim a dois anos de guerra, que causou a morte de mais de 67 mil palestinos. Segundo o acordo, os combates cessarão, Israel se retirará parcialmente de Gaza e o Hamas libertará todos os reféns restantes em troca de centenas de prisioneiros mantidos por Israel. O chefe exilado do Hamas em Gaza, Khalil Al-Hayya, disse que havia recebido garantias dos Estados Unidos e de outros mediadores de que a guerra havia terminado.
Ajuda humanitária e desafios
A frota de caminhões que transportam alimentos e ajuda médica poderá entrar em Gaza para socorrer os civis, centenas de milhares dos quais estão abrigados em barracas depois que as forças israelenses destruíram suas casas e reduziram cidades inteiras a pó.
Muita coisa ainda pode dar errado. Uma fonte palestina disse que a lista de palestinos a serem libertados não foi finalizada. O Hamas busca a liberdade de alguns dos mais proeminentes condenados palestinos mantidos em prisões israelenses, além de centenas de pessoas detidas durante o ataque de Israel.
Outras etapas do plano de 20 pontos do presidente dos EUA, Donald Trump, não foram discutidas. Isso inclui como a Faixa de Gaza será governada e o destino final do Hamas, que até agora rejeitou as exigências de Israel para que se desarme. O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita, disse que votaria pela queda do governo se o Hamas não fosse desmantelado.
Esperança e condenação
O anúncio do fim dos combates e do retorno dos reféns foi recebido com júbilo. “Graças a Deus pelo cessar-fogo, o fim do derramamento de sangue e das mortes”, disse Abdul Majeed Abd Rabbo em Khan Younis. Em Tel Aviv, Einav Zaugauker, mãe do refém Matan, exclamou: “Não consigo respirar, não consigo respirar, não consigo explicar o que estou sentindo… é uma loucura”.
Mesmo com o acordo, ataques israelenses continuaram antes do início oficial do cessar-fogo, mas com muito menos vítimas fatais do que as de dezenas de mortos diárias nas últimas semanas. Autoridades de saúde locais disseram que um ataque aéreo a um prédio residencial na Cidade de Gaza matou pelo menos quatro palestinos e feriu dezenas de outros.
O acordo recebeu apoio de países árabes e ocidentais. O Brasil foi um dos países a saudar o anúncio do acordo e reafirmou sua defesa da solução de dois Estados. “O governo brasileiro ressalta a dimensão humanitária do acordo e enfatiza que o cessar-fogo deverá resultar em alívio efetivo para a população civil”, disse o Ministério das Relações Exteriores. O Itamaraty acrescentou: “O Brasil reafirma a convicção de que uma paz justa, estável e duradoura no Oriente Médio passa pela implementação da solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel”.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










