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26 abr 2024 01:56


Rollemberg vira ano com anúncio de reajuste, em até 25%, de passagem de ônibus e metrô

Após mandar usuários do SUS para o entorno e importar criminosos, equipe de Rollemberg tenta mandar pobres do DF para Goiás com reajuste de passagens de ônibus e metrô.

Por Kleber Karpov

Sob argumento de manter o equilíbrio das contas públicas o GDF reajustou o preço das passagens de ônibus e metrô. Os valores devem passar de R$ 2,25 para R$ 2,50 nas linhas circulares internas; de R$ 3 para R$ 3,50 as de ligação curta; e de R$ 4 para R$ 5 as viagens de longa distância e integração e as de metrô. As novas tarifas passam a valer a partir de segunda-feira (2/Jan).

Para o secretário de Mobilidade, Fábio Damasceno, o reajuste é necessário para acompanhar a elevação de custos do sistema, manter as gratuidades para estudantes e pessoas com deficiência.

“O reajuste vem para garantir o nível de gratuidade no sistema, não interferir na parte social, e ajudar no reequilíbrio das contas do governo, pois o subsídio é muito além do que temos disponibilidade de pagar”, explica.

O secretário espera compensar os quase dez anos de congelamento das tarifas, enquanto outros índices cresciam. De acordo com Damasceno, a estimativa é reduzir, em 2017, cerca de R$ 180 milhões de gastos — R$ 125 milhões com as cinco empresas de ônibus do DF; R$ 45 milhões com a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF); e R$ 10 milhões com a Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB).

Dados da secretaria apontam, em 2014, o custeio por parte do governo de 16,7% das passagens de transporte público no DF com gratuidades. Esse número subiu para 22% em 2015 e para 27,8% neste ano — valor repassado às empresas de ônibus que integram o sistema do DF, à TCB, às cooperativas e ao Metrô. Em outubro e novembro, o porcentual chegou a 33%, enquanto a média nacional é de 15%.

Até 25% de reajuste

No entanto, ninguém engoliu o reajuste indigesto das passagens e tampouco a justificativa do governo. Com aumento médio de 17,6% e teto de 25% para as linhas de longa distância e do metrô. Isso é o que afirma o economista e professor da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Pistcitelli, em entrevista ao Metrópoles.

“O governo pode até argumentos financeiros sólidos, mas esse aumento é um exagero, é incompatível com a inflação, com a evolução dos preços. Quem é que teve aumento de 17% nos últimos anos? Ninguém. Na verdade, o que se viu foi o aumento do desemprego, a queda da renda do trabalhador e a recessão econômica”, destaca o economista e professor da Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli.

Ônus à população? E a CPI do Transporte Público?

Estranhamente, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), pretende desorerar o subsídio às empresas de transporte público, com a transferência do ônus à população do DF.

Porém, após a investigação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público, concluído, em abril desse ano, pela Câmara Legislativa do DF (CLDF), tenha sugerido outro caminho. A deputada distrital, Celina Leão (PPS) lembrou a CPI condenou a continuidade da prestação do serviço de transporte urbano o que considerou ser “o pior serviço pelo maior preço”, uma vez que o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) determinou a suspensão do certame licitatório conclusão essa também recomendada com a investigação da CPI na CLDF.

“Eu entrei com uma ação popular e o juiz deu a vitória a nós, mandou suspender o certame e fazer uma nova licitação. Para que serve uma licitação? Para você ter o melhor serviço pelo menor preço e nós temos o pior serviço pelo maior preço. Por quê? Porque é uma licitação fraudada que está custando aos cofres públicos, R$ 1 bilhão.”, lembra Celina Leão.

A parlamentar considerou o reajuste do transporte público,“mais uma ação desastrada”de Rollemberg. “Em vez de o governador usar a oportunidade de cancelar a licitação conforme determinação do Tribunal de Justiça do DF, ele preferiu repassar o custo da roubalheira para a população menos favorecida do DF.”, atirou Celina Leão.

Desproporcional

Com os reajustes, o custo do transporte, no Distrito Federal, para as linhas de longa distância e do metrô, que será de R$ 5, deve superar valores pagos, em transporte interestadual, por passageiros residentes no entorno do DF.

Um exemplo é o valor da passagem da linha de ônibus que liga o município de Cidade Ocidental (GO) à rodoviária do Plano Piloto (DF), atualmente ao custo de R$ 4,75.  Mesmo os municípios de Santo Antônio do Descoberto (GO) ou Luziânia (GO), com valores de R$ 5,75 e R$ 5,85, dado as distâncias do centro de Brasília, de 49 e 59 quilômetros, respectivamente, passam a ficar com passagens, proporcionalmente, mais baratas, se comparados, por exemplo, as regiões administrativas de Gama, Samambaia ou Recanto das Emas.

Cutucando onça com vara curta

Imediatamente após a propagação da ‘surpresa’ de fim de ano, por parte de Rollemberg, uma série manifestações tomaram conta de grupos nas redes sociais e de agendamento de manifestações também. Esse é o caso do ‘I Ato Contra o Aumento Das Passagens’, que em poucas horas, 800 pessoas demonstraram interesse e outras 1.200 confirmaram presença à manifestação, no dia 4 de janeiro, na Rodoviária do Plano Piloto. https://www.facebook.com/events/1067288923382602/

Outras manifestações também já foram agendadas em diversas cidades do DF e Rollemberg que, na surdina, anunciou reajuste das passagens de ônibus, deve enfrentar, dessa vez, a reação de boa parcela da população do DF.

Com informações de Agência Brasília e Metrópoles

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