Por Kleber Karpov
O cenário geopolítico sofreu uma grave escalada nesta quinta-feira (18/Dez) em ações simultâneas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em pronunciamento à nação, o republicano acusou a administração democrata, do antecessor Joe Biden, pelos problemas econômicos atuais e anunciou um bloqueio naval total à Venezuela. A manobra militar provocou reação imediata de Caracas, que acionou o Conselho de Segurança da ONU, e de Moscou, que advertiu sobre riscos “imprevisíveis” para o Ocidente.
Ofensiva interna e econômica
Em discurso realizado em Washington, Trump atribuiu a inflação e a alta do desemprego — que atingiu 4,6% — à “herança maldita” deixada por Biden. Para mitigar a insatisfação popular e fidelizar a base, o presidente anunciou um bônus de Natal de US$ 1.776 para os militares norte-americanos.
“Há onze meses, herdei uma trapalhada e a estou consertando. Estamos prestes a ter um boom econômico como o mundo nunca viu”, declarou Trump, ao prometer reversão de cenário com investimentos industriais.
Cerco à Venezuela
No front externo, a Casa Branca intensificou a pressão contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Na última terça-feira (16), Trump havia determinado um bloqueio naval total a petroleiros sancionados que entrem ou saiam da Venezuela. O republicano justificou a medida ao sob alegação de o petróleo venezuelano financiar o narcotráfico e o terrorismo internacional.
Em publicação na rede social Truth Social, o presidente norte-americano afirmou que a Venezuela está “completamente cercada pela maior armada já reunida na história da América do Sul”.
De Caracas, a reação de Maduro foi imediata. O governo venezuelano solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir a “agressão contínua” dos Estados Unidos. O presidente venezuelano ordenou a mobilização de milícias e instruiu unidades militares a prepararem uma resistência de guerrilha, em antecipação a uma possível invasão terrestre.
Alerta de Moscou
A Rússia, principal aliada militar de Maduro fora da região, interveio na crise diplomática. O Ministério das Relações Exteriores, por meio do diretor para a América Latina, Alexander Shchetinin, alertou que as ações de Washington podem desencadear “consequências imprevisíveis” para todo o Hemisfério Ocidental.
O Kremlin reafirmou o apoio irrestrito à soberania venezuelana e classificou o bloqueio como um “erro crítico”. A tensão impulsionou o mercado de commodities, com os preços do petróleo registrando alta superior a 1% nas bolsas asiáticas diante do temor de ruptura no fornecimento.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.











