Por Kleber Karpov
O Dia Mundial da Trombose, celebrado em 13 de outubro, reforça a importância da conscientização sobre a doença, que, segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), atinge cerca de 400 mil pessoas anualmente no Brasil. A data homenageia o médico alemão Rudolf Virchow, pioneiro nos estudos da doença, e serve como um alerta para a necessidade de divulgar informações sobre prevenção e tratamento. A condição, caracterizada pela formação de coágulos que obstruem vasos sanguíneos, pode acometer pessoas de todas as idades.
A médica Elma Castro, especialista em cirurgia vascular da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), explica que a trombose ocorre quando há uma obstrução de um vaso, seja arterial ou venoso, geralmente pela formação de um coágulo. Ela ressalta que a agilidade no diagnóstico é fundamental para o sucesso do tratamento e para evitar complicações a longo prazo. “A trombose venosa é súbita. Não é uma doença que o paciente sente dor na perna há um mês, não é assim”, afirma a especialista, que atua na policlínica do Guará.
Sinais de alerta e diagnóstico
A comerciante Altair Souza Aguiar, de 59 anos, foi diagnosticada com trombose em 2018 após sentir dores intensas e incomuns. “Não era uma dor normal. Fiquei maluca de dor. Eu gritava e até rolava no chão. Então fui parar no Hospital de Base”, relata. Após cinco dias de internação, ela iniciou um tratamento que segue até hoje. Casos como o de Altair evidenciam a importância de procurar atendimento médico imediato em hospitais ou Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ao sentir dores súbitas, principalmente nas pernas.
A falta de um diagnóstico rápido pode comprometer a eficácia do tratamento. “Há pacientes em que o tratamento pode evoluir de forma não favorável. Pode ser algo do organismo ou, às vezes, não houve acesso a um diagnóstico”, detalha Elma Castro.
Fatores de risco e prevenção
A especialista alerta para condições que aumentam o risco de desenvolver a doença. Histórico familiar, tabagismo, diabetes, colesterol alto e sobrepeso são alguns dos fatores que exigem atenção. Ela desaconselha o uso de anticoncepcionais para pacientes com predisposição genética. “Eu sempre falo para as pacientes que têm predisposição para trombose, quem têm histórico familiar, que não faça uso de anticoncepcionais. Eu tenho uma paciente de 19 anos, jovem, que teve uma trombose por anticoncepcional”, conta.
Cuidados adicionais são recomendados durante viagens longas. Em trajetos de carro, a orientação é fazer pausas a cada quatro a seis horas e manter-se hidratado. Em viagens de ônibus ou avião, é importante levantar, caminhar e movimentar os pés. O uso de meias de compressão e roupas confortáveis também é indicado. A adoção de uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos são medidas eficazes para a prevenção.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










