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25 mar 2025 13:19

“Algo a se pensar” sugere Musk em aceno a perdão e libertação de policial condenado por assassinar George Floyd

Morte de Floyd teve repercussão mundial após ser morto durante abordagem. Contido por quatro policiais e algemado detido tentou alertar por exatas 30 vezes sobre impossibilidade de respirar ao longo de aproximadamente nove minutos com policial ajoelhado sobre pescoço. Ignorado, detido se despediu da mãe e de familiares antes de morrer

Por Kleber Karpov

Elon Musk, proprietário da rede social X (Antigo Twitter) e braço direito do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se envolveu em mais uma polêmica. O empresário sugeriu ser “algo a se pensar”, sobre a proposta postada na X, do comentarista político ultraconservador, Ben Shapiro, ao pedir a Trump, o perdão a Derek Chauvin, ex-policial condenado a 21 anos de prisão após confessar o crime de homicídio da morte de George Floyd, 46 anos, em maio de 2020.

Shapiro sustenta que Floyd não foi assassinado por Chauvin porque “estava sob efeito de fentanil” e “tinha uma condição cardíaca preexistente”. O comentarista, afirma, que Floyd dizia que não conseguia respirar “antes mesmo de sair do carro”.

O ex-policial foi condenado, em 21 de abril de 2021, por homicídio não intencional de segundo grau, homicídio de terceiro grau e homicídio culposo de segundo grau no assassinato de Floyd. Isso após três semanas de depoimentos de 45 testemunhas entre testemunhas transeuntes, policiais e especialistas médicos. A prisão de Chauvin foi considerada um marco na história racial dos Estados Unidos e uma repreensão ao tratamento dado pela polícia aos negros no país. 

30 x “I can’t breathe”

Durante abordagem, realizada por quatro policiais, em 25 de maio de 2020, Chauvin se manteve de joelhos a pressionar com o peso do corpo o pescoço e as costas de Floyd, acusado de usar uma nota falsa de US$ 20 para comprar cigarros em um supermercado.

Algemado, Floyd anunciou ser claustrofóbico, informou ter sido infectado por Covid enquanto tentou aguentar o  peso do policial a pressionar o pescoço, por nove minutos. Tempo esse registrado, além de câmeras dos policiais, também de testemunhas que filmaram a reação do homem negro, em vulnerabilidade social.

Conforme transcrição realizada pelas autoridades policiais, Floyd gritou, por exatas 30 vezes o termo “I can’t breathe” (Não consigo respirar), e sem ‘alternativa’ ou reação por parte de Chauvin, que permaneceu com o joelho sobre o pescoço do homem negro que chegou a se despediu da mãe e dos familiares antes de morrer na sequência por falta de ar.  “I can’t breathe man. Mom, I love you. l love you […] Tell my kids love them. I’m dead.” ( Eu não consigo respirar, cara. Mãe, eu te amo. Eu te amo […] Diga que amo meus  filhos. Estou morto.

Embora os quatro policiais tenham sido demitidos, o caso resultou em uma explosão de protestos nos EUA com repercussão e replicação mundial. “I can’t breathe” se tornou o grito que deu origem ao movimento movimento “Blacks Lives Matter” a atuar na luta contra a violência sistêmica e o racismo direcionado às pessoas negras, em especial a população negra em vulnerabilidade social.

Confira cenas do momento da abordagem e do julgamento de Chauvin:

Fonte: www.dw.com/brasil

Overdose?

A morte de Floyd, foi classificada por homicídio, ‘causa mortis’ essa apontada pelas autoridades, com base no Relatório de Autópsia do Conselho Médico do Condado de Hennepin, expedido em 26 de maio de 2020, apontar parada cardiorespiratória em decorrência de contenção, por parte dos policiais, com aplicação da compressão de peso no pescoço.

Tal laudo no entanto se tornou alvo de questionamentos, uma vez que, embora ateste homicídio como ‘causa mortis’, o que levou a condenação de Chauvin, há quem sustente que Floyd não morreu por asfixia em decorrência da ação dos policiais, mas de parada cardíaca, ocasionada por overdose. Posição essa decorrente do termo “cardiopulmonary arrest” (parada cardiorespiratória) e não “asphyxiation” (asfixia). E ainda, do resultado de exame toxicológico também realizado pelas autoridades que encontrou a presença de substâncias como fentanyl, norfentanyl, metanfetamina e morfina no sangue do homem morto.

Porém, os médicos legistas independentes, Michael Baden e Allecia Wilson, contratados por familiares de Floyd, em uma segunda autópsia embora tenham apontado divergências pontuais em relação a  aspectos do laudo oficial do laudo médico do Condado de Hennepin, foram categóricos ao ratificar a prática de homicídio, causado por ação dos policiais.

“Asphyxia due to neck and back compression led to a lack of blood flow to the brain” (Asfixia devido à compressão do pescoço e das costas levou à falta de fluxo sanguíneo para o cérebro), segundo Wilson e “Mr. Floyd died of traumatic Asphyxia due to the compression of his neck and back during restraint by police” (O Sr. Floyd morreu de asfixia traumática devido à compressão do pescoço e das costas durante a contenção policial.), segundo laudo de Baden.

Algo a se pensar?

A ‘endosso’ Musk, membro do governo norte-americano de Trump à sugestão de Shapiro divide opiniões sobre diversos aspectos. Tanto em relação a tentativa de se impor contrapontos às posições oficiais e laudos estaduais quanto de legistas independentes e a própria confissão de Chauvin, quanto por repercussões políticas que podem resultar em novas movimentações que podem bater a porta da Casa Branca.

Vale lembrar que Trump, com cerca de dois meses de governo, enfrenta uma série de crises diplomáticas por imposições de sanções comerciais a diversos países, por posicionamentos geopolíticos e com forte resistência interna, também, por conta de políticas consideradas equivocadas, a exemplo de reestruturações, questionáveis, ao sistema administrativo norte-americano, que começa a enfrentar resistência na própria base de apoio ao governo, no Congresso Americano. Parte relevantes dessas crises, atribuída ações questionáveis de Musk.

Blacks Lives Matter

Vidas Pretas Importam

Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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