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05 dez 2025 14:20

BRB comunica veto do BC à compra do Banco Master e avalia próximos passos

No comunicado aos acionistas e ao mercado, BRB pondera sobre analise de fundamentos da decisão. Movimento ocorre em meio ao anúncio de lucro líquido recorde de R$ 518 milhões no primeiro semestre de 2025 e acirramento político decorrente da disputa eleitoral de 2026

Por Kleber Karpov

O Banco de Brasília (BRB) comunicou aos seus acionistas e ao mercado, na noite desta quarta-feira (03/Set), o veto do Banco Central (BC) à aquisição de parte do Banco Master. Ao tomar a frente da comunicação, a diretoria do BRB informou que já solicitou acesso à íntegra dos fundamentos da decisão para “examinar as alternativas cabíveis”, posicionando o episódio como uma etapa a ser analisada internamente, e não como um ponto final em sua estratégia de expansão.

“O BRB – Banco de Brasília S.A. (“BRB”; B3: BSLI3 e BSLI4) comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que foi informado pelo Banco Central (“Bacen”) sobre o indeferimento do requerimento protocolado em 28 de março de 2025, referente à aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Banco Master S.A. (“Banco Master”). O BRB apresentou solicitação de acesso à íntegra da decisão, com o objetivo de avaliar seus fundamentos e examinar as alternativas cabíveis”, informou o BRB, em comunicado.

Posicionamento estratégico e contexto político

Ainda no comunicado, o BRB reforçou a visão dos acionistas sobre o impacto da transação por representar ao banco, “uma oportunidade estratégica com potencial de geração de valor para o BRB, seus clientes, o Distrito Federal e o Sistema Financeiro Nacional. Isso com o compromisso de manter aos atores interessados, “informados sobre eventuais desdobramentos relevantes, nos termos da legislação e da regulamentação aplicáveis”.

Risco concreto ou jogo político por trás do veto?

A decisão do órgão regulador não pode ser analisada isoladamente, sem considerar o tenso ambiente político que a cerca. Reportagens publicadas pelo Politica Distrital ao longo dos últimos meses, com indicações claras de narrativas de mero desgaste político ou especulativo construído, a exemplo reportagem publicada por PDNews (31/Mar), ao que tudo indica, o BRB acabou por entrar no ‘olho do furacão’ por conta de especulações após aquisição do Banco Master, na tentativa de rotular o Banco de Brasília à aquisição de ‘títulos podres’. Ou ainda, de se tentar descredibilizar a atuação do Banco Master, pela estratégia de negócio, dado o modelo de gestão adotado pelo CEO da instituição bancária, considerada de alto risco, em que houve um banco que chegou a anunciar a disposição de pagar R$ 1, para evitar a insolvência do Master.

Porém, esse último caso, que acabou por ser desmontado em reportagem do jornalista Wellton Máximo, da Agência Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), intitulada ‘Com pedido de compra, Banco Master divulga lucro de R$ 1 bi em 2024‘. A reportagem lançou novos olhares, ao que tudo indica às reais condições do Banco Master, com base na divulgação na terça-feira (1º/Abr), do balanço de 2024 do Master.

Para quem acompanha o episódio, pode ficar claro que a ‘mão que balança o berço’, pode estar relacionada diretamente a disputa eleitoral de 2026, para o governo do Distrito Federal. Cenário esse que PDNews pretende explorar em outra reportagem.

É sempre bom lembrar

Para o momento, o mais relevante é resgatar o mantra praticado por parte do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e relembrar o discurso proferido pelo emedebista no plenário da Câmara Legislativa do DF (CLDF), em fevereiro de 2020. Na ocasião, Rocha fez questão de lembrar que retirou o BRB das páginas policiais e levou o banco para as editorias de Economia e finanças dos principais veículos de imprensa do país. Isso por ter tornado o Banco uma instituição responsável e respeitável.

“A exatamente um ano atrás nos tivemos a operação ‘Circus Maximus’ que prendeu os dirigentes do BRB. E veja qual é a situação hoje. É um banco que tem a menor taxa de financiamento imobiliários, as menores taxas de empréstimos consignados para os nossos servidores. É um banco que saiu das páginas policiais e está nas páginas de economia de qualquer jornal desse país. É o que mais financiou no imobiliário, depois da Caixa Econômica e está ajudando os empresários do Distrito Federal.”, disse Rocha à época.

Discurso esse também abordado pela vice-governadora do DF, Celina Leão (Progressista), em setembro de 2022, sobre o impacto de ter um banco estadual em pelo crescimento dado a seriedade da gestão. “Nós pegamos o BRB das páginas policiais, era um banco que estava naufragando e nós colocamos um gestor. Hoje o BRB é lucrativo, são várias contas conquistadas, a partir da credibilidade que o banco teve, são mais de 400 mil contas. O BRB saiu de um banco local para ser um banco nacional. Grandes empresas buscam o BRB para ser o financiador”, disse Celina.

Vale observar que a mesma instituição que jocosamente se propôs a pagar R$ 1 na aquisição do Master, posteriormente também manifestou interesse em participar das aquisições, de parte dos ativos, não adquiridos pelo BRB, porque afinal, se tratava de ótimo investimento.

De “páginas policiais” a potência nacional

O fato concreto é que desde o início da gestão de Rocha e do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, o banco passa por ataques recorrentes. Uma das principais, antes do evento do Banco Master, foi a parceria firmada com o Flamengo que já resultou em mais de 500 mil contas abertas. Sem contar uma série de prêmios por atuações em diversos outros segmentos, além da extensa carteira de produtos e serviços oferecidos pela instituição bancária.

Não por outro motivo, na última semana, o BRB passou a contar com presença em todos os estados brasileiros. além de anunciar, nas palavras de Costa, mais um “lucro recorde”, com lúcro líquido corrente de R$ 518 milhões. um salto de R$ 46% quando comparado ao mesmo período de 2024. Isso, além de contabilizar uma carteira com 9,6 milhões de clientes, aproximadamente R$ 74,5 bilhões no total de ativos, com um índice de inadimplência abaixo da média no sistema financeiro, de 1,57%. Algo que joga por terra a temeridade que se tenta vender.

Quanto ao Banco Central

No que tange a decisão do presidente do Banco Central (BC), vale lembrar um dos principais motivos de reclamação dos primeiros dois anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a insatisfação com o então presidente do BC, Roberto de Oliveira Campos Neto, com a manutenção recorrente, quando não acompanhada de algum reajuste a exemplo da elevação de 11,25% para 12,25%, da taxa de Juros Selic.

Com o agravante de deixar ao sucessor, Gabriel Galípolo, programações de outros três reajustes o que elevou a taxa Selic para 15%, nas mãos do atual mandatário do BC, índice que permanece até os dias atuais. A justificativa, que mais de 70% dos itens que compõem o índice de inflação estão acima da meta de 3% ao ano para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conforme esclareceu a parlamentares na Câmara dos Deputado em julho desse ano. 

Ao BRB, Galípolo negou a aquisição de ativos do Master pelo BRB, a taxa de juros permanece nos 15%. Daí as perguntas: Galípolo Salvou o BRB? Será que pode eventualmente estar de conluio com a disputa eleitoral de 2026? Será que está a perseguir o governo do Distrito Federal? Ou será que acompanha os 95% dos analistas econômicos e financeiros da Faria Lima, ávidos em errarem previsões sobre a conjuntura política e econômica do Brasil?

A menos que se tenha informações privilegiadas, ou se esteja a fazer proselitismo político em benefício de possível disputa em campanha eleitoral de 2026, qualquer afirmação em relação à decisão de Galípolo se trata de mera especulação. Nesse  caso, com a palavra, a decisão final do BC, solicitada por parte do BRB.




Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894 Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.

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