Expansão do Programa Viva Flor reforça rede de proteção para mulheres no DF

Por Kleber Karpov

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) lançou a expansão do Programa Viva Flor, estendendo-o a cinco novas delegacias circunscricionais para combater a violência doméstica e familiar. A iniciativa, que antes operava em caráter piloto em duas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam), agora inclui unidades no Paranoá, Planaltina, Gama, Santa Maria e Brazlândia.

A medida visa oferecer uma resposta mais ágil às vítimas, que agora podem sair das delegacias com um dispositivo de proteção e monitoramento em mãos. A seleção das novas unidades foi feita com base nos dados de incidência de violência doméstica e na necessidade de descentralizar o serviço.

A vice-governadora Celina Leão descreveu a iniciativa como um avanço crucial na segurança das mulheres. “A segurança das mulheres não é apenas um direito fundamental, é o pilar de uma sociedade justa e próspera”. Ela enfatizou a importância de agir proativamente e de consolidar o Distrito Federal como referência nacional em proteção feminina. “O futuro que queremos é aquele onde todas as mulheres se sintam livres do medo, e hoje, estamos construindo esse futuro juntos”.

O secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, destacou os resultados positivos do programa. “É um programa cujos resultados são incontestáveis. Nós nunca perdemos nenhuma mulher que tem a proteção do Viva Flor”. Ele explicou que a expansão tem como objetivo aproximar o serviço das mulheres em áreas com alta criminalidade. “Em alguns locais os números da criminalidade contra as mulheres estavam mais acentuados, então nós identificamos cinco novas regiões administrativas cujas delegacias vão fazer esse pronto atendimento, permitindo que a mulher já saia da delegacia sob a proteção do Estado”.

A secretária da Mulher, Giselle Ferreira, ressaltou o uso da tecnologia e a abrangência da iniciativa. “Muitas vezes a mulher ia até a delegacia e tinha que se deslocar para uma Deam. Agora vai ser mais abrangente, principalmente nos locais que tiveram um registro maior de ocorrência. É o uso de um aplicativo, da tecnologia em favor da proteção da mulher, uma forma pioneira no Brasil”.

Como funciona o programa

O Viva Flor opera por meio de um aplicativo de celular que funciona como um “botão do pânico”. Quando acionado, ele prioriza o atendimento e envia uma viatura para o local onde a vítima está, que é monitorada pelo serviço. Segundo a subsecretária de Prevenção à Criminalidade, Regilene Siqueira, a descentralização melhora o acesso à proteção. “A mulher que está em Planaltina ou em Brazlândia tinha dificuldade de se deslocar até uma delegacia especializada. Agora, com essa expansão, nós levamos o serviço para mais perto, democratizando o acesso à proteção”. Caso o celular da vítima não seja compatível, a secretaria fornece um dispositivo móvel com a mesma função.

A diretora da Divisão de Atendimento Integral à Mulher da Polícia Civil, Karen Langkammer, enfatizou a importância da agilidade que o programa oferece. “A Polícia Civil é uma porta de entrada para as mulheres que estão em risco. Muitas vezes só a medida protetiva não seria suficiente, porque ainda é preciso esperar prazo de deferimento e de intimação. Então o programa Viva Flor é um meio de proteção imediato”. Langkammer também destacou o treinamento de 300 policiais, com foco em um atendimento humanizado e acolhedor. “Se elas vão para um primeiro atendimento onde são julgadas ou não bem tratadas, elas regridem. Então esse treinamento garante que a proteção esteja mais próxima e mais humanizada”.