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03 maio 2024 12:51


Vacinação contra dengue deve começar a ser distribuída em fevereiro para faixas etária de 6 a 16 anos

Com limitação de 3 milhões de doses ao país, e em pleno surto de dengue do DF, prioridade deve ser combate ao aedes aegypti

Por Kleber Karpov

O ministério da Saúde (MS) realizou, nesta segunda (15/Jan), reunião em que definiu a prioridade da aplicação da vacina, Qdenga, contra o vírus da dengue, na faixa etária de 6 a 16 anos. Recém incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o laboratório japonês Takeda, deve fornecer, um primeiro momento 5,2 milhões de doses, o suficiente para imunizar se vacinar apenas 3 milhões de pessoas, uma vez que o esquema vacinal prevê duas doses.

A definição da faixa etária, segundo o diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Eder Gatti, é preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e recomendada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, composta por especialistas na área e que reuniu-se hoje.

“Dentro desse grupo [6 a 16 anos], vamos ver qual é o melhor grupo etário para ter melhor resultado epidemiológico, evitando hospitalizações e mortes”, explicou o diretor.

No DF

Se por um lado, o Brasil entra em uma nova era, com a chegada da Qdenga, por outro, por ocasião do surto de dengue enfrentado pelo DF, não reduz o sinal de alerta à população. Ao Política Distrital (PD), a secretária de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Lucilene Florêncio, apontou a limitação iniciais. “São pouquíssimas doses. O único laboratório no mundo ainda sem capacidade de abastecimento.”.

Colocações essas que reforçam a necessidade de se manter o esforço da luta contra o mosquito aedes aegypti, transmissor da doença. Afinal, somente o DF conta com uma população de 2,82 milhões de habitantes, de acordo com o último levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Luta contra o mosquito

Sob esse prisma, embora a vacina seja um alento há que se tomar cuidado para evitar se criar a falsa sensação de poder ‘baixar a guarda’. Em especial porque dados do primeiro  Boletim Epidemiológico da Dengue de 2024, do DF, apontam que os domicílios são responsáveis por se localizar 94% das larvas do mosquito da dengue são encontrados.

Números esses apontaram ainda um aumento de 207% nos casos de dengue. Ao todo, foram notificados 2.054 casos prováveis da doença entre 31 de dezembro de 2023 e 6 de janeiro de 2024 contra 669 casos de 31 de dezembro de 2022 e 6 de janeiro de 2023.

Tais dados levaram a governadora do DF, em exercício, Celina Leão (Progressista), a lançar uma campanha integrada e articulada com diversos órgãos do governo para intensificar o combate ao aedes aegypti, com a realização de limpezas, ações preventivas, além das fiscalizações. Ações essas, iniciadas no sábado (14/Jan), na Região Administrativa (RA) de Ceilândia, ampliada para outras 10 RAs, ao longo da semana.

Arte: Agência Saúde DF

Alerta do MS

Importante ressaltar, que em dezembro de 2023, o MS alertou para um alto índice de casos de dengue nos estados da região Centro-Oeste, além do Espirito Santo, Minas Gerais.

Dados do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) apontam que 1.506 de um total de 4.976 municípios, equivalente a 30,2%, estão com classificação de risco de serem afetados por infestação mosquito. E o mais grave, outros 189 municípios (3,7%) contam com risco ainda mais elevado. O restante, 3.281 municípios (65,9%) obtiveram classificação satisfatória.

De acordo com a OMS, o Brasil tem o maior número de casos da doença no mundo e responde por metade do total de casos no globo.

Dengue mata

Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan online), do MS, o Brasil também bateu recorde de mortes por dengue no ano de 2023. Ao todo, 1.079 pessoas morreram em decorrência da dengue, óbitos esses registradas no país até o dia 27 de dezembro.

Na série histórica divulgada pelo MS, também com base no Sinan online, o maior número de óbitos no período de um ano completo ocorreu em 2022, quando chegou a 1.053 registros. Em seguida, vem o ano de 2015, com 986 mortes.

 

 

 

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