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26 abr 2024 02:57


Realidade da saúde do DF contrasta com ‘mundo fantástico’ de Rollemberg e secretários de governo

Políticas equivocadas e sem efeitos práticos pioram a qualidade de atendimento nos hospitais do DF

Por Kleber Karpov

Um vídeo em que uma gestora é obrigada a ‘dispensar’ pacientes no Hospital Regional do Paranoá (HRPa) circula nas redes sociais e dá a exata dimensão do distanciamento entre a gestão do governo do socialista, Rodrigo Rollemberg (PSB) com a realidade dos usuários da Saúde Pública do DF. Com superlotação e sem espaço para novas internações no HRPa, a chefe da unidade, se desculpou e anunciou a suspensão de novos atendimentos na emergência do hospital.

As imagens foram recebidas por Política Distrital (PD), na manhã desta sexta-feira (5/Jan), aparentemente, gravado no dia anterior. “Eu peço a compreensão de vocês, eu sei que é difícil vir para aqui. Tem gente reclamando que está desde as 15 horas, mas o problema acabou agora. Nesse exato momento foi ocupado tudo. Tem dois médicos, um médico atendendo, mas um médico vai atender um paciente e vai internar onde?” questionou sob protestos.

Confira o vídeo

Enquanto isso

Rollemberg, o secretário de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Humberto Lucena Pereira da Fonseca parece acreditar que ações de ‘reestruturação’ da saúde do DF surtiriam efeitos práticos para desafogar as emergências dos hospitais. Ou ainda a secretária de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão do DF (SEPLAG), Leany Ramos, ao analisar positivamente, os três primeiros anos do governador no Palácio do Buriti.

Mas, no Mundo Fantástico…

Profissionais e entidades sindicais ligadas a saúde, apontam total ineficácia em medidas adotadas por Humberto Fonseca, a exemplo, de instituir a priorização do atendimento na Atenção Primária, por meio da Estratégia Saúde da Família com Unidades Básicas de Saúde desestruturadas e incompletas; reestruturações inexequíveis das emergências e em leitos de internações; e até o atropelo à legislação e resoluções estabelecidas, ao tentar atribuir aos técnicos em enfermagem, a função de motoristas de ambulâncias.

Um dos exemplos, foi abordado pelo vice-presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (SINDATE-DF), Jorge Vianna, ao confrontar Humberto Fonseca, durante uma prestação de contas, da Saúde, realizada na Câmara Legislativa do DF (CLDF), no final de novembro de 2017.

Na ocasião, Vianna, questionou a Portaria 408/2017 que ‘reestruturou’ a atenção nas emergências, o que chamou de “portaria para inglês ver”, uma vez que Humberto Fonseca estabeleceu a quantidade de um técnico em enfermagem para atender seis pacientes, nos prontos socorros. Isso porque na realidade, tais profissionais atendem a proporção de um para 30, nas palavras do sindicalista.

Confira o vídeo

A outra parte

Questionada sobre o assunto, a SES-DF, estranhamente, alegou se tratar de um vídeo “antigo e já foi veiculado na imprensa no ano passado”, porém, chama atenção, ainda no parecer da Secretaria pois ela também afirma que “a situação foi normalizada às 10h desta sexta-feira (5). Afirmações essas que sugerem que, se houve suspensão de atendimento ainda em 2017, que até a presente data, os atendimentos, de fato estavam paralisados.

PD pesquisou sites da imprensa sobre eventual suspensão de atendimento no HRPa, porém, recentemente, nenhuma matéria sobre o assunto foi localizada.

Há um ano…

Porém, nessas buscas, uma revelação interessante demonstra que a população da Região Administrativa do Paranoá sofre com a falta de gestão da Saúde. Isso porque há exato um ano (7/Jan/2017), a imprensa noticiava a restrição de atendimento da Clínica Médica, Cirurgia Geral e Ortopedia por total falta de espaço físico para internação e observação de pacientes”. E, também, por falta de leitos e na semana seguinte, por falha no sistema (16/Jan/2017).

O HRPa teve ainda outras suspensões de atendimento ao longo de 2017. Um exemplo foi o pedido de suspensão ética por parte do Conselho Regional de Medicina (CRM-DF)(Ago/2017), por falta de profissionais, para atender no cirúrgicos na Unidade de Ortopedia daquela unidade.

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