25.5 C
Brasília
05 dez 2025 18:40

Gasto do GDF na Saúde foi de meio bilhão com dispensa de licitação

Tribunal de Contas do DF começa a investigar despesas sem contratos feitas pela secretaria no ano passado

Por Francisco Dutra

Longe de resolver o caos nos hospitais e postos de atendimento, o governo Rollemberg gastou na Saúde praticamente meio bilhão de reais com dispensa de licitação, entre janeiro de 2015 e março de 2016. Ontem, o Tribunal de Contas do Distrito Federal anunciou uma auditoria no gasto de R$ 180 milhões sem contratos na Secretaria de Saúde também no ano passado.

Segundo pesquisa no Sistema Integrado de Gestão Governamental (Siggo), a secretaria de Saúde pagou R$ 459.724.762,15 em processos com dispensa do crivo licitatório. Neste ano, até o começo deste mês, gastou-se R$ 20.293.361,38, lançando mão do mesmo artifício.

A cifra estratosférica é composta por pagamentos judiciais e contratos emergenciais, feitos sob o “guarda-chuva jurídico” do estado de emergência na saúde pública do Distrito Federal, em vigor desde o ano passado.

Contratos emergenciais tendem a ser bem mais caros na comparação com as compras por licitação, além de não assegurarem a ampla competição das empresas privadas para a prestação de serviços, abrindo brecha para favorecimentos. Mesmo com o governo gastando mais do que deveria, a população continua a sofrer com o péssimo atendimento na saúde pública.

Demora mais que previsto

“O estado de emergência foi providencial no ano passado. O governo Agnelo deixou a secretaria de Saúde desabastecida e sucateada. Mas este período com dispensa de licitação já está demorando mais do que devia. Se o DF continuar assim, vai ‘cronificar’ ainda mais a saúde pública até chegar ao ponto em que nem mesmo os contratos de emergência vão adiantar alguma coisa”, alertou a professora de Saúde Coletiva da UnB do campus Ceilândia, Carla Pintas.

Para Victor Gomes, professor do Departamento de Economia da UnB, o excesso de dispensas de licitação prova que o DF é ineficiente na gestão da saúde. “É uma situação de alerta, O governo está fazendo uso deste expediente, em que se dispõem a pagar sobrepreços, porque a gestão está travada”, criticou.

Remédios faltam, apesar de tudo

O subsecretário de saúde Marcelo Nóbrega considera incorreto dizer que não houve melhorias na saúde pública de atendimento durante a gestão Rollemberg. “Você tinha uma rede com apenas 200 medicamentos disponíveis, hoje temos 690. Isso não é melhora? É claro que melhoramos”, rebateu. No entanto, o problema da falta de remédios ainda é recorrente. Uma estratégia do governo para resolver a questão é a descentralização da rede, que permitirá que gestores de hospitais possam fazer compras conforme às necessidades dos pacientes.

Sem receber o passivo, credor evita pregões

Do ponto de vista da Secretaria da Saúde, o litígio entre o governo passado e os fornecedores é a principal causa do excesso de dispensas de licitação. Segundo o subsecretário de Administração Geral, Marcello Nóbrega, a gestão Agnelo cancelou as notas de empenho da pasta com o mercado. Sem receber, as empresas não estariam aderindo ou mesmo procurando participar dos pregões.

“Tentamos fazer as licitações, mas existe um litígio no mercado”, resumiu. Hoje a dívida do setor é de aproximadamente R$ 450 milhões. “E na Saúde somos obrigados a comprar para salvar vidas”, justificou. Pelas estimativas do subsecretário, o governo começará a quitar estes débitos neste ano. Conforme os pagamentos, os pregões voltarão a receber as adesões.

Sobre a auditoria do TCDF, Nóbrega argumentou que os gastos sem contratos são um problema histórico da pasta, vindo de governos passados. Com o litígio de 2014, a situação se agravou, pois várias contratações expiraram. Nas palavras do subsecretário, o governo não podia ficar sem serviços, principalmente nas áreas de alimentação, limpeza e segurança.

“Em 2016 nossa prioridade será a contratualização dos serviços. Se TCDF autorizar, faremos a licitação da alimentação em breve”, afiançou. Segundo o subsecretário, os pregões da limpeza e segurança serão os próximos.

Segundo o professora da UnB Carla Pintas, a fiscalização do TCDF, Câmara Legislativa e Ministério Público é vital, mas estas instituições deveriam também formular soluções claras e viáveis para os problemas na rede.

Falta plano de ação

“Se não levantarmos forças no DF, nada vai sair do lugar na saúde. Sozinho, o Executivo não conseguirá melhorar a rede”, ponderou a professora Carla Pintas. Segundo a especialista, o Palácio do Buriti precisa construir uma aliança e um plano de ação com os servidores da secretaria de Saúde, Câmara Legislativa, Ministério Público e demais órgãos de fiscalização.

Carla também destacou a necessidade de se estabilizar a gestão da Secretaria de Saúde. Durante a transição Rollemberg contava com Ivan Castelli, mas quem tomou posse foi João Batista de Souza. Em meados de 2015, Fábio Gondim assumiu a pasta. Neste mês, a secretaria passou por mais uma troca, tendo Humberto Lucena Pereira como novo gestor.

Fonte: Jornal de Brasília

TJDFT mantém condenação de mulher por agressão a técnica de enfermagem em Taguatinga

Por Kleber Karpov A 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais...

Primeira Turma do STF forma maioria para condenar cúpula da PMDF

Por Kleber Karpov A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal...

Flávio Dino veta repasse de emendas a Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem

Por Kleber Karpov O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal...

Parque do Cortado recebe 15 mil mudas do Cerrado no Dia de Plantar

Por Kleber Karpov O Governo do Distrito Federal (GDF) promove,...

IPVA terá reajuste médio de 1,72% e IPTU sobe 5,1% em 2026

Por Kleber Karpov A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF)...

GDF institui plano de emergência para enfrentar poluição crítica do ar

Por Kleber Karpov O Governo do Distrito Federal (GDF) oficializou,...

Motoristas de aplicativo DO DF devem instalar QR Code até 17 de dezembro

Por Kleber Karpov Os motoristas de transporte por aplicativo do...

Destaques

TJDFT mantém condenação de mulher por agressão a técnica de enfermagem em Taguatinga

Por Kleber Karpov A 3ª Turma Recursal dos Juizados Especiais...

Celina Leão dialoga com categoria em assembleia dos GAPS e presidente do SindSaúde-DF aproveita ‘visibilidade’ para tripudiar com parceiros?

Por Kleber Karpov A vice-governadora do DF, Celina Leão (Progressistas),...

Primeira Turma do STF forma maioria para condenar cúpula da PMDF

Por Kleber Karpov A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal...

Flávio Dino veta repasse de emendas a Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem

Por Kleber Karpov O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal...

Parque do Cortado recebe 15 mil mudas do Cerrado no Dia de Plantar

Por Kleber Karpov O Governo do Distrito Federal (GDF) promove,...