Por Larissa Lustoza
Em 2024, o Distrito Federal registrou 333 casos suspeitos de meningite em residentes da região, sendo 92 confirmados, indicando uma diminuição de 14% em relação a 2023, quando foram notificados 254 casos suspeitos da doença no DF e 107 ocorrências confirmadas. Apesar desta redução, os dados ainda reforçam a importância da vacinação, uma vez que esta é uma doença amplamente evitável por meio da imunização.
O Informativo Epidemiológico de 2024 registra uma tendência histórica de queda nos últimos quinze anos, tanto no número de casos quanto na letalidade. Em 2024, 52% das ocorrências em residentes do DF foram bacterianas, 30% virais, 7% de outras etiologias, principalmente fungos, e em 11% dos casos, a etiologia não foi identificada.
Além disso, a cobertura vacinal registrou um aumento de 1,78%, com 30,9 mil doses aplicadas em 2024 contra 30,3 mil doses em 2023. No ano passado, a cobertura chegou a 95,3%, enquanto em 2023, o valor chegou a 86%.
A médica e responsável técnica pela área de meningites na Gerência de Vigilância de Doenças Imunopreveníveis da Secretaria de Saúde (SES-DF), Anna Paula Bise Viegas, reforça que a vacinação é fundamental para a redução dos casos da doença, que pode levar a óbito. “A meningite é uma enfermidade grave, com riscos de sequelas e pode ser potencialmente fatal. Boa parte da diminuição do número de casos que vemos hoje se deve às vacinas e manter a caderneta de vacinação atualizada é a principal estratégia que temos para evitarmos as meningites”, afirma.
De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2024, foram notificados mais de 356 mil casos suspeitos da doença no país, sendo mais de 234 mil confirmados. A maioria dos casos são virais ou bacterianos, com a principal forma de transmissão ocorrendo por meio de gotículas e secreções do nariz e garganta, como saliva, tosse e espirros.
Sintomas
A doença atua como um processo inflamatório, atingindo as meninges – membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Os sintomas costumam ser febre, cefaleia intensa, dor de cabeça, vômitos, confusão ou alteração mental, aumento da sensibilidade à luz, convulsões, rigidez de nuca e erupções cutâneas. Em crianças menores de dois anos, febre, choro persistente ou sonolência também são sintomas frequentes.
Tratamento
O tratamento da meningite depende do tipo e gravidade. Nos casos motivados por bactérias, são utilizados antibióticos. Porém, ainda assim, a principal arma contra a doença é a prevenção.

A vacina para meningite C está disponível no Programa Nacional de Imunizações (PNI) desde 2010 para crianças de até um ano de idade e, em 2017, foram incluídos os adolescentes de 11 a 14 anos para a vacinação contra meningite C.
Em 2020, ocorreu a substituição da vacina meningocócica C para meningocócica ACWY, para os adolescentes de 11 e 12 anos. Atualmente, a ACWY está disponível para meninos e meninas de 11 a 14 anos no Calendário Nacional de Vacinação.
Atendimento
A porta de entrada para o atendimento na saúde pública do Distrito Federal são as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Lá, os profissionais realizarão o encaminhamento para as outras unidades de saúde, como hospitais e policlínicas, caso haja necessidade. As vacinas contra a doença também estão disponíveis nas salas de vacina espalhadas pela capital. Confira aqui.