Por Kleber Karpov
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes no INSS aprovou, nesta quinta-feira (11/Set), cerca de 400 requerimentos para a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de investigados. A medida atinge o ex-presidente do instituto Alessandro Stefanutto e empresários suspeitos de liderar um esquema bilionário de descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas em todo o país.
A decisão aprofunda as investigações da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril, e ocorre uma semana após o colegiado ter aprovado pedidos de prisão preventiva contra os mesmos alvos. Os parlamentares buscam agora rastrear o caminho do dinheiro desviado e identificar todos os envolvidos na fraude.
Rastreando o dinheiro
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que o objetivo da quebra de sigilos é mapear o patrimônio acumulado com o esquema. “Queremos saber exatamente onde está todo este patrimônio, tudo o que foi roubado da Previdência”, disse. Segundo ele, os pedidos abrangem todos os elos da suposta organização criminosa.
“São requerimentos que pedem informações e a quebra de sigilos de todas as associações que estão sendo investigadas, todas as empresas para as quais foram repassados recursos, todos os sócios e pessoas envolvidas direta ou indiretamente”, explicou Viana, assegurando o compromisso da comissão em desvendar “com clareza a participação de cada uma das pessoas e entender como o dinheiro saiu do INSS e desapareceu”.
Ex-presidente alega ignorância
Após a aprovação dos requerimentos, a CPMI ouviu o depoimento de Ahmed Mohamad Oliveira, ex-ministro da Previdência e ex-presidente do INSS durante o governo de Jair Bolsonaro. Servidor de carreira do instituto, Oliveira afirmou que o órgão não tem capacidade para fiscalizar os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados com entidades civis, que são o cerne da fraude.
Questionado, o ex-presidente declarou que, apesar de ter ocupado os mais altos cargos na autarquia, só tomou conhecimento das irregularidades nos descontos de milhões de benefícios quando a Polícia Federal e a CGU deflagraram a Operação Sem Desconto, em abril deste ano.
Kleber Karpov, Fenaj: 10379-DF – IFJ: BR17894
Mestrando em Comunicação Política (Universidade Católica Portuguesa/Lisboa, Portugal); Pós-Graduando em MBA Executivo em Neuromarketing (Unyleya); Pós-Graduado em Auditoria e Gestão de Serviços de Saúde (Unicesp); Extensão em Ciências Políticas por Veduca/ Universidade de São Paulo (USP);Ex-secretário Municipal de Comunicação de Santo Antônio do Descoberto(GO); Foi assessor de imprensa no Senado Federal, Câmara Federal e na Câmara Legislativa do Distrito Federal.










