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26 abr 2024 23:43


Dengue no DF: Em audiência pública, subsecretário de Vigilância Sanitária aponta problemas e soluções para combater epidemia

Confira a série Dengue no DF, em que Subsecretário de Vigilância à Saúde fala, em audiência pública da CLDF, os principais fatores de aumento dos casos de epidemia de dengue, das condições de combate e, da falta de recursos humanos

Por Kleber Karpov

Na manhã desta quarta-feira (19), o deputado distrital, Jorge Vianna (Podemos), na condição de presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Câmara Legislativa do DF (CLDF) realizou audiência pública para debater as causas da epidemia de dengue no DF e os efeitos do sistema de internação hospitalar decorrentes da falta de prevenção epidemiológica. Dentre as principais preocupações da Comissão, estão denúncias de descaso para com a Saúde, durante a gestão do ex-governador, Rodrigo Rollemberg (PSB) que culminou no índice alarmante de mortes por Dengue no DF.

Compuseram a mesa, o subsecretário da Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS), Divino Valério Martins, em representação ao secretário de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Osnei Okumoto, o delegado do Conselho Regional de Biologia (CRBIO) 4a Região, Gildemar José Bezerra Crispim, o presidente interino do Conselho Regional de Saúde do Gama (CRSG) e conselheiro titular do Conselho Distrital de Saúde (CDS), Williamar Dias Ribeiro. A CESC convidou o ex-governador, bem como o ex-secretário de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Humberto Lucena Pereira da Fonseca, para participarem do debate, porém, ambos deixaram de comparecer à audiência pública.

Para Divino, gestor da SVS, há cerca de 20 dias a frente do cargo, diversos fatores podem incidir sobre o crescimento de incidências de casos de dengue. Dentre essas, a expansão urbana e o aglomerado de imóveis sem planejamento e infraestrutura; depósitos e construções abandonadas; o fator climático com as chuvas; a falta de água – pois a população armazena água, de forma irregular, o que contribui para a proliferação de focos.

Mas, segundo Divino, um dos principais problemas para o controle da epidemia de dengue no DF, a falta de recursos humanos. Atualmente a SES-DF conta com um quadro funcional de 470 agentes, para inspecionar mais de 1 milhão de imóveis. “O número de agentes que nós temos no DF hoje, é insuficiente para fazer a cobertura mínima necessária para dar uma garantia.”, disse.

O gestor disse que atual para recuperar a capacidade de resposta em controle vetorial. Segundo Divino, a interrupção do ciclo biológico de mosquito é o caminho ideal para combater a epidemia de dengue, porém a estrutura de pessoal e de capacidade de resposta, dificulta se dar respostas, em tempo hábil.

Eficácia do fumacê

Divino rebateu matéria publicada, na segunda-feira (17), do G1DF que aponta a compra, por parte do Ministério da Saúde, ao custo de R$ 40 milhões, pelo veneno Malathion, utilizado na aplicação do fumacê, tem “efeito de 30 minutos”, além do contato recorrente com o inseticida pode causar intoxicação, e a longo prazo, o desenvolvimento de câncer e outras doenças. Para o médico denunciante, os criadouros não são afetados pelo procedimento.

Porém, o gestor da SVS se contrapôs a tal argumentação ao explicar que o fumacê, atende uma “técnica e tecnologia de aplicação”. Isso porque o inseticida tem uma molécula e dois óleos, que tem por objetivo, a ser aplicado na madrugada e no crepúsculo, para afetar o sistema respiratório do inseto, em especial o mosquito adulto.

Malathion

Porém, em outro momento, Divino além de criticar a impossibilidade de os estados serem proibidos de comprar o biolarbicida, o gestor da SVS, chamou atenção para divulgações realizadas pelo próprio MS, ao apontar a ineficácia do inseticida, atualmente utilizado em todo país.

“O biolarbicida da resultado imediato, porque ele não mata por contato, ele mata por ingestão. A larva se alimenta de fungos, bactérias e detritos orgânicos. Quando você usa um biolarbicida, 98% da população larvária morre em 20 minutos, a gente pode fazer esse teste. No entanto, os estados são proibidos de comprar. Nós recebemos um produto que é recebido do ministério e a gente pergunta e ele não te responde.”, disse Divido.

Questionado por Vianna, uma vez que Divino é oriundo do MS, o gestor sustentou que foi o responsável por notificar o Ministério, sobre a ineficácia do Malathion. “Os documentos questionando o próprio produto Malathion, isso é fácil de mensurar, basta olhar no SEI – Sistema Eletrônico de Informações (SEI) do GDF – toda documentação técnica quem bateu no Malathion fui eu, desde o ano passado, alegando que o produto não está matando.”, disse ao observar que, após análise, constatou que o produto “está entrando em fase de petrificação.”, a ponto de entupir equipamentos utilizados para aplicar o veneno.

Confira a audiência Pública na íntegra

Fonte: Jorge Vianna

 

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