A reunião do Grupo de Trabalho para discutir o impacto orçamentário e financeiro da aprovação do PL 2564/20, que cria o Piso Salarial Nacional da Enfermagem, aconteceu na noite desta quarta-feira (2), em sessão híbrida na Câmara dos Deputados, em Brasília, em um tom favorável. Segundo o relator dos trabalhos, deputado Alexandre Padilha (PT-SP), ninguém tem a intenção de debater a validade da matéria, só a criação de um “número” para determinar o impacto. Ele ainda prometeu a conclusão das reuniões no prazo, até o final de fevereiro.
“Nós queremos e vamos concluir os trabalhos no prazo estabelecido. Este grupo não é para enrolar, não é para procrastinar, não é para prolongar, este grupo é para tirar divergências e chegar a um dado que possa garantir o encaminhamento para uma aprovação o mais rápido possível, para que a gente conclua a votação no dia 25 de fevereiro”, declarou.
A proposta estabelece um piso salarial de R$ 4.750 para enfermeiros e pisos proporcionais para técnicos, auxiliares e parteiras. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) articula o apoio de parlamentares pela votação e aprovação urgente da luta que já dura quase três décadas.
Padilha, que é médico, ainda fez um relato pessoal sobre os impactos da pandemia na Enfermagem. “Conheço equipes de UTIs que perderam metade dos seis profissionais, morreram, outros que felizmente não morreram, mas estão impossibilitados de voltar”, contou.
Na avaliação da presidente do Cofen, Betânia Santos, o caminho é árduo, mas cheio de esperança. “O texto atual do PL 2564 é fruto de muito diálogo e pactuação, e já leva em consideração as limitações orçamentárias. É hora de mobilizarmos nossos deputados, em cada estado, em defesa da Enfermagem e da Saúde”, afirmou.
A sessão foi presidida pela deputada enfermeira Carmen Zanotto (Cidadania/SC). Falaram na noite desta quarta-feira os deputados Carla Dickson (PROS-RN), Célio Studart (PV-CE), Pedro Westphalen (Progressistas-RS), Alice Portugal (PCdoB-BA), Soraya Manato (PSL-ES), Jorge Solla (PT-BA), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Leda Sadale (Avante-AP). O apoio à aprovação foi unânime. Ontem, o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho, também defendeu a votação do PL, em entrevista ao Portal Cofen.