A Associação Brasileira dos Importadores (ABIMP) manifesta sua mais firme preocupação e repúdio diante da omissão do Governo Federal — em especial do Ministério da Fazenda, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos e da própria Receita Federal — frente ao agravamento da greve dos Auditores-Fiscais, que já ultrapassa 160 dias e compromete gravemente o comércio exterior brasileiro.
Com paralisações deliberadas nas aduanas dos principais portos e aeroportos do país, incluindo Santos, Guarulhos, Galeão, Viracopos, Rio de Janeiro e fronteiras terrestres estratégicas como Foz do Iguaçu, a situação chegou a um ponto insustentável. Somente entre os dias 12 e 16 de maio, está previsto “desembaraço zero” em diversas unidades operacionais, o que significa, na prática, um bloqueio generalizado da circulação de mercadorias no Brasil.
Neste cenário, contêineres com cargas essenciais ao funcionamento da indústria, da saúde e do abastecimento estão retidos, com portos saturados e empresas impedidas de operar. Estima-se que os prejuízos causados pela interrupção logística já atinjam cifras bilionárias, afetando diretamente cadeias produtivas, postos de trabalho e a segurança jurídica de contratos internacionais.
Não se trata de desconsiderar o direito de greve da categoria, tampouco de ignorar a importância dos Auditores-Fiscais para o país. No entanto, a falta de uma solução concreta por parte do governo federal — mesmo após reiteradas solicitações institucionais e audiências públicas em Assembleias Legislativas — revela uma negligência administrativa grave que impacta a economia nacional em um momento de recuperação e reindustrialização.
A inércia do poder público compromete o funcionamento mínimo da economia e enfraquece a confiança internacional no Brasil como parceiro comercial confiável. A ABIMP adverte que, sem ação imediata, o país poderá assistir à paralisação completa do comércio exterior — um impacto sem precedentes em um dos pilares da nossa economia.
Reiteramos a urgência de reabertura das negociações por parte do Governo Federal, com revogação das medidas que agravam o impasse e restabelecimento das condições operacionais das aduanas. O diálogo institucional e o respeito aos compromissos firmados devem prevalecer sobre disputas internas de governo que hoje colocam em risco o abastecimento nacional.
A ABIMP continuará monitorando os desdobramentos, tomando as medidas judiciais e institucionais cabíveis, e conclama todos os setores afetados a se posicionarem de forma firme diante desse quadro alarmante.