19.5 C
Brasília
05 dez 2025 23:03

Ministério Público quer tabelar os lucros de postos de combustíveis no DF

Promotor espera somente a conclusão da denúncia criminal contra os envolvidos no suposto cartel de pontos de venda de gasolina para entrar com a ação. O órgão pode até pedir a dissolução de grupos societários a fim de fazer o preço do produto cair.

Por Helena Mader

O alto preço dos combustíveis nos postos do Distrito Federal, motivo de reclamação constante entre os brasilienses, será avaliado pela Justiça. O Ministério Público do Distrito Federal vai entrar com uma ação para pedir o tabelamento da margem de lucros dos empresários do setor. Para o MP, os ganhos dos donos de postos são exorbitantes, o que prejudica o consumidor da capital federal.

Este mês, as revendas reajustaram os preços e a gasolina custa hoje, em média, R$ 3,97 na cidade — um dos valores mais altos do Brasil. Essa medida foi adotada no DF em 2011, quando a Justiça limitou a margem de lucro dos postos em um patamar de 15,8% durante um período de um ano. Mas, ao fim da restrição, os empresários voltaram a impor as próprias regras, combinando preços e elevando os valores cobrados dos brasilienses.

O promotor de Defesa do Consumidor Paulo Binicheski, que analisa o caso, diz que aguarda apenas a conclusão da denúncia criminal contra os acusados de envolvimento no cartel de postos do DF para entrar com a ação de tabelamento — apontados na Operação Dubai, realizada em conjunto pela Polícia Federal e pelo MP no fim do ano passado — no Tribunal de Justiça do DF. “Temos informações de que a margem de lucro dos empresários do setor supera 20%. Como o inquérito está sob sigilo e não temos acesso a todas as provas, é preciso aguardar a denúncia para entrarmos com essa ação”, explica o promotor.

De acordo com Binicheski, o MP não descarta adotar outras medidas contra o cartel. “Vamos analisar a possibilidade de pedirmos uma indenização pelos prejuízos causados aos consumidores. Esse valor deve ser equivalente a 10% do lucro dos empresários nos últimos cinco anos. O Ministério Público também pode pedir a dissolução de grupos societários, para que haja a venda de parte dos postos”, acrescenta o promotor de Defesa do Consumidor.

Concorrência
Paulo Binicheski lembra, entretanto, que a eficácia do processo judicial pode demorar. “A ação anterior levou três anos para ser julgada. A forma mais efetiva de reduzir os preços a curto prazo seria a ampliação da concorrência com a instalação de postos em estabelecimentos, como supermercados”, assegura. Mas o promotor critica a lei sancionada esta semana pelo governador Rodrigo Rollemberg e garante que as exigências impostas pela nova legislação podem inviabilizar a implantação de postos. “A lei diz que a mudança de alteração de uso tem que ser de relevante interesse público e deve ser feito um estudo prévio de viabilidade técnica. Mas não explicita quem ficará responsável pela elaboração desses levantamentos”, aponta.

Destaques

Vigilantes articulam votação de projeto sobre aposentadoria especial na próxima terça-feira (9)

Por Kleber Karpov A inclusão do Projeto de Lei Complementar...

PL de Ana Paula Brandão na Câmara defende exame de proficiência obrigatório para Enfermagem

Por Kleber Karpov O debate sobre a segurança do paciente...

Cofen e Frente Parlamentar articulam inclusão de técnicos e auxiliares no plenário da autarquia

Por Kleber Karpov O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e...

Ibaneis Rocha reúne administradores regionais e destaca legado de gestão em almoço oficial

Por Kleber Karpov O governador Ibaneis Rocha (MDB) recebeu os...

Atenção Primária: Médico de família coordena assistência em 172 Unidades Básicas de Saúde do DF

Por Kleber Karpov A rede pública de saúde do Distrito...