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29 abr 2024 11:19


‘Operação Draco II’: MPF cobra celeridade à Polícia Civil do DF em investigação sobre cúpula do SindSaúde-DF

Com investigação sob sigilo, após 10 anos de denúncia de desvio de dinheiro dos contribuintes, diretores, parentes e funcionários do Sindicato devem ser intimados à prestar primeiros depoimentos. Caso remonta uma espécie de ‘corrida da gato e rato’ ou corrida contra o tempo e, supostos criminosos podem estar um passo a frente  

Por Kleber Karpov

Após cerca de 10 anos, a então e, ainda, presidente do Sindicato dos Empregados dos Estabelecimentos de Saúde do DF (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues, a Auxiliar Operacional de Serviços Diversos (AOSD) aposentada, envolvida na transferência, em 2013, de mais de R$ 2,5 milhões, de contribuições de sindicalizados, entre contras de parentes, diretores e funcionários do sindicato devem começar a serem ouvidos pela Polícia Civil do DF (PCDF).

Política Distrital (PD) teve acesso ao processo, de mais de 2.000 páginas, várias sob sigilo e deve trazer uma série de reportagens, ao longo dos próximos dias, sobre o desenrolar do processo investigativo.

O caso, investigado pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DECO) da PCDF, mas também passa pelo crivo do Ministério Público Federal (MPF) e, também passa pelo crivo da Polícia Federal (PF), por suspeitas de, dentre outros crimes, lavagem de dinheiro.

Em 2021, o MPF chegou a cobrar celeridade por parte da PCDF, uma vez que, há época, a investigação transcorria “Há mais de sete anos”. Algo que à época, a Policia Civil acabou por justificar, a pandemia do coronavírus, como um dos fatores para a morosidade do andamento das investigações.

Mas, ao que tudo indica, entre os dias 30 de maio e 22 de junho, a PCDF relata que chegou a tentar agendar o primeira oitiva de Marli Rodrigues e parentes, porém, tais agendamentos foram impossibilitados porque a defesa aguarda acesso a mídias e informações processuais.

10 anos

Investigações essas, fruto de denúncia deste articulista e de ex-funcionários do Sindicato, que resultaram na instauração de investigação em 22 de março de 2013. Período esse em que, o SindSaúde-DF chegou a levar uma multa de 7,5 milhões, por parte do Ministério Público do Trabalho (MPT), por descumprimento de Termo de Ajuste de Conduta (TAC), ao ser denunciado por, entre outras práticas, a exemplo de apropriação indébita de INSS e FGTS dos funcionários, que se constituem em crimes federais, porém, tais práticas, não são objetos da investigação do MPF, PF e PCDF.

Fonte: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/df2/video/sindicato-e-suspeito-de-dar-calote-em-direitos-trabalhistas-2522757.ghtml

Enquanto isso

Embora supostas posses de alto valor, inclusive com eventuais laranjas, e ações mais recentes, que envolvem milhões e muitos sindicalizados insatisfeitos, ou de bolsos vazios com precatórios vendidos pelo SindSaúde, com denúncia aceita pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), não apareçam no relatório do MPU, PF e PCDF, o inquérito policial, em investigação, apontam alguns encaminhamentos.

Dentre esses, quebras de sigilos bancários, movimentações atípicas identificadas pela feitos pela Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf); transferências de recursos de mãe para filha, cunhado, funcionários; evoluções patrimoniais; aquisição de carro zero em um dia e venda para irmão da filha dois dias depois. E até aquisição de apartamento em Águas Claras, abertura de salão de beleza, de laboratório no Recanto das Emas e até de clínica em Samambaia.

Enquanto isso II

Do outro, funcionários do Sindicato, com os salários em atraso há quase seis meses, relataram ao PD, preocupação com os caminhos, e a felicidade da diretoria do Sindicato. Isso porque, informações recebidas de um funcionário, sob sigilo de identidade, explicou que há pouco mais de uma semana, fariam uma manifestação para cobrar do SindSaúde, os salários atrasados.

No entanto, o ato acabou por ser ‘esvaziado’, após serem convencidos a não realizarem a mobilização, uma vez que o Sindicato ganhou na Justiça direito a ter o repasse, por parte da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), relativo as contribuições sindicais, do valor relativo a quitação da folha de pagamento dos funcionários.

Isso porque, desde 2019, os mais de R$ 500 mil, descontados dos servidores da SES-DF, a título de contribuição sindical era penhorado, automaticamente, pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), para pagamentos de credores do Sindicato, com processos em execução.

Porém, o funcionário viu com estranheza a proposta do Sindicato de parcelar o pagamento dos salários atrasados em seis parcelas. O trabalhador alega que, com a vitória na Justiça, a SES-DF deve repassar, integralmente, até o limite equivalente ao montante mensal da contribuição sindical, os valores para custeio do pagamento dos funcionários.

Segundo o funcionário, a diretoria do Sindicato anda ‘alegre e saltitante’, com diretores com frequência a visitar a SES-DF para agilizar a liberação do dinheiro. No entanto o trabalhador apontou o receio de ver o que classificou de uma tática antiga, a ser colocada em prática, para sobrar ‘algum’ aos diretores.

“Eles prometeram pagar a gente, mas parcelas em seis parcelas. O que não entendo é que se a Justiça reconheceu que os funcionários têm prioridade nos pagamentos e digamos que nossa folha dê 400 mil, qual a necessidade de parcelar os nossos pagamentos em atraso em seis parcelas? Mas, já ficamos sabendo que o sindicato já fez um novo contrato com um escritório de advocacia com escritório aqui e no Rio de Janeiro, e aí você já conhece a história, são contratos com multas milionárias, depois o escritório cancela o contrato por descumprimento de cláusulas pelo sindicato e lá se vai o escoadouro e você sabe para onde vai parar parte da grana.”, denunciou.

Com a palavra, o cúpula do SindSaúde-DF.

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