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18 abr 2024 19:38


Saúde oferece acompanhamento para combate à obesidade infantil

Atendimento começa na atenção primária com equipe multiprofissional

No Dia da Conscientização da Obesidade Infantil, nesta sexta-feira (03), a Secretaria de Saúde destaca que o atendimento às crianças acima do peso começa na atenção primária. Neste nível de atenção, o acolhimento e classificação do tipo de excesso de peso ajudam a definir como tratar o paciente. A criança é acompanhada pela equipe de saúde da família por um ano.

Neste período, se não houver redução de 5% a 10% do peso, o paciente é encaminhado para a atenção secundária. Uma das experiências exitosas da ação profissional na Saúde da Família é o Programa Obesidade Embora (Probem), da Unidade Básica de Saúde nº 2 do Recando das Emas.

Lucas Figueiredo, hoje com 12 anos, é um dos pacientes que conseguiu perder peso apenas com o acompanhamento da equipe da UBS. Estava com 52 quilos e 1,45m de altura. Os efeitos do isolamento social na pandemia da covid-19 foram um sinal de alerta para a família. O primeiro passo foi procurar atendimento na unidade do Recanto das Emas.

“Meu filho ficava só no computador e, com isso, ganhou muito peso. Fomos muito bem atendidos na UBS”, lembra o pai, Lucian Wagner. O garoto relembra os maus hábitos alimentares que possuia. “Eu estava pré-diabético, comendo doces, fritura, pedia comida fora de casa. Além de gastar dinheiro, isso me deixava obeso e afetava toda a minha família”, conta o adolescente.

Acompanhamento

Após o diagnóstico, Lucas foi encaminhado para a equipe multidisciplinar do Programa Obesidade Embora (Probem), composta por médico, psicóloga e nutricionista. A iniciativa começou na UBS 2 do Recanto das Emas, em 2012, com atendimentos voltados para adultos e, em 2014, para o público infantil, de 5 a 12 anos de idade.

“O Probem incentiva a reeducação alimentar e a adoção de hábitos saudáveis tanto do paciente, quanto da família, além de combater o sedentarismo. Nosso foco é a promoção da saúde ”, destaca a gerente da unidade de saúde, Kelly Lima. A mudança dos hábitos alimentares tornou-se rotina na casa de Lucas. Natação e futsal são as atividades que também passaram a ser praticadas pelo garoto.

“Fizemos um trabalho de conscientização em casa. Não comemos arroz branco, nem gordura, utilizamos a airfryer no preparo dos alimentos. Leite? Só desnatado. Qualidade de vida para ele e para nós”, comenta o pai. O resultado dessa força-tarefa foi a elminação de seis quilos em dois meses. “Lucas é disciplinado. Ele e nós, como pais e responsáveis, alcançamos essa vitória, porque seguimos a dieta à risca e as orientações dos profissionais da unidade”, relata Lucian.

Antes da pandemia, os atendimentos do Probem eram realizados em grupo. Hoje, são individuais. “A equipe de saúde verifica o índice de massa corporal (IMC) do paciente. Se essa criança estiver obesa, é encaminhada para as consultas nutricionais, para desenvolvimento do plano alimentar e estímulo à prática de atividade física”, explica a nutricionista da equipe do Probem, Raquel Rabelo.

Em recente pesquisa e mapeamento do Ministério da Saúde, dados da vigilância alimentar e nutricional no contexto da atenção primária demonstram que, das crianças menores de dez anos, 47,36% apresentaram excesso de peso, sendo que 14,09% foram diagnosticadas com obesidade.

Dificuldades emocionais

O aspecto emocional também pode contribuir par o ganho de peso. Autoestima, bullying na escola e problemas intrafamiliares como, por exemplo, separação dos pais, brigas ou situações de abuso podem desencadear o início da obesidade infantil. “Voltamos a atenção para a família em que a criança está inserida. São muitas as questões que levam uma criança a comer de forma compulsiva e que podem estar relacionadas às dificuldades emocionais enfrentadas por ela e pela família”, esclarece a psicóloga que também atua na equipe do Probem, Luciane Faria.

A Referência Técnica Distrital (RTD) de Endocrinologia da Secretaria de Saúde, Eliziane Brandão Leite, defende que o problema da obesidade, seja no adulto ou na criança, “está na base da predisposição de doenças como diabetes, hipertensão arterial, alguns tipos de câncer, doenças do fígado, que podem levar até à necessidade de transplante no futuro”.

Na rede pública, ao ser identificada com obesidade, a criança é classificada de acordo com o protocolo de regulação do acesso à pediatria e à endocrinologia pediátrica para o adequado encaminhamento. O médico da família insere o paciente no Sistema de Regulação para que ela possa ser atendida pelo especialista”, explica a RTD de Endocrinologia, Eliziane Brandão Leite.

Uma das unidades é o Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh), localizado na Asa Norte, que atende crianças e adolescentes de todo o DF via regulação. O DF conta ainda com endocrinologistas pediátricos em todas as regiões de saúde, nos ambulatórios dos hospitais regionais de Taguatinga (HRT), Sobradinho (HRS), Gama (HRG), Guará (HRGu), Ceilândia (HRC), Hospital da Região Leste (HRL) e Hospital da Criança de Brasília (HCB).

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