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25 abr 2024 16:32


Convidado por Jorge Vianna e Rafael Prudente, presidente do IGESDF esclarece dúvidas de distritais

Distritais questionaram sobre pontos sensíveis e problemas detectados na gestão do antigo IHBDF, a exemplo dos modelos de gestão nas contratações de funcionários e nomeações de servidores estatutários, contratos com fornecedores e gestão por intermédio do IGESDF 

Por Kleber Karpov

O diretor presidente do Serviço Social Autônomo (SSA), Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IGESDF), Francisco Araújo, na manhã de quinta-feira (15), tirou dúvidas de deputados na Câmara Legislativa do DF (CLDF). A reunião, ocorreu a pedido dos presidentes da CLDF, Rafael Prudente (MDB) e da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC), Jorge Vianna (Podemos), para dar esclarecimentos sobre o modelo de gestão, dos hospitais de Base do DF (HBDF), Regional de Santa Maria (HRSM), além das seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do DF.

Durante a entrevista, Vianna questionou a suposta economia anunciada pelo antigo Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF), recém convertido em IGESDF, em relação aos pagamentos realizados. Isso porque o Instituto anuncia redução de custo na aquisição de medicamentos e insumos, porém, utiliza por referência, reduções tímidas, aos preços pagos pela Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF), que por sua vez paga, por produtos e serviços, em geral com sobrepreço, se comparado os valores praticados pelo mercado.

Vianna também apontou a estranheza, de o IHBDF terceirizar o serviço de radiologia e imagem, ao custo de R$ 21 milhões, ou ainda o pagamento de R$ 51 milhões, para o fornecimento de refeição hospitalar, pela empresa Sanoli. “Gastar R$ 21 milhões com imagem, com esse valor poderíamos montar uma central de radiologia e imagem para atender toda a demanda do DF.”, ponderou.

Vianna também questionou a metodologia a ser estabelecida pelo IGESDF em relação a política de definição de cargos e salários, além de observar que o Instituto realizou apenas um processo seletivo, amplo e, posteriormente, passou a realizar contratações por meio do site de empregos, Vagas.com. O que na opinião do distrital, ‘bagunçou’ o processo de contratações de funcionários celetistas para o HBDF.

O presidente do IGESDF informou que a atual gestão, inaugura “um novo momento da Saúde”, pediu paciência aos distritais e informou que os contratos do Instituto devem ser revistos e publicitados no site da entidade. Araújo informou que deve se pautar nas definições salariais, por práticas pelo mercado para definir os salários para contratação de funcionários do HBDF e demais unidades geridas pelo Instituto.

Na ocasião, Araújo, também apresentou aos parlamentares, os valores pagos pelo Instituto, relativo a folha de pagamento dos servidores, de janeiro desse ano, inclusive aos gestores do Instituto.

Araújo observou ainda que as UPAs do DF estão todas desabilitadas junto ao Ministério da Saúde (MS) e chamou de “desumano”, o atendimento prestado por essas unidades de saúde, dados as condições que se encontram. Além de observar a falta de medicamentos no HRSM.

“Para os senhores terem uma ideia, além das upas que estão todas desabilitadas, em petição de miséria, porque é desumano atender um usuário, numa upa dessa forma. A de Ceilândia, você não consegue nem andar, pois pode cair e se machucar todo. E mais de 300 itens de medicamento que não tem no Hospital de Santa Maria”, disse ao anunciar que o IGESDF já deu início ao processo de planejamento para mudar tal cenário.

O gestor informou ainda que no HBDF, dos 70 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), apenas 30 estão habilitados junto ao MS. Segundo Araújo, a unidade deve investir cerca de 6 milhões para reabilitar os leitos, embora tenha lembrado a limitação de capacidade de investimento no hospital, em decorrência do custeio com pessoal que chega a R$ 35 milhões.

Lacrou

Nos esclarecimentos de Araújo, que chegou a ser nomeado secretário-adjunto de Gestão da SES-DF, pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, sem citar nomes, algumas colocações chamaram atenção. Por exemplo, ao condenar à Estratégia Saúde da Família (ESF), fictícia, implantada pelo ex-secretário de Saúde, Humberto Lucena Pereira da Fonseca, ao sustentar que cerca de 70% do DF estava com cobertura do ESF. “Nós estamos trabalhando dia e noite para fazer um desenho novo para não ficar essa mentira de 70% quando funciona 20%, 30% na prática.”, disparou.

Mais dúvidas

Os deputados Leandro Grass (REDE), apresentou um questionário com diversas indagações sobre o Instituto. Julia Lucy (NOVO), Arlete Sampaio (PT), Fábio Feliz (PSOL) também apresentaram diversos questionamentos ao presidente do IGESDF. A exemplo da estrutura e manutenção do Instituto, da terceirização e quarteirização da contratação de serviços, do desvirtuamento da atividade fim das UPAs, e até mesmo a participação do Conselho de Saúde do DF (CSDF).

Nesse contexto, chamou atenção o questionamento de Julia Lucy em relação a contratações e nomeações por parte do IGESDF, de profissionais de saúde, a exemplo de uma estudante do curso de enfermagem na faculdade Uniplac, nomeada no cargo de supervisor de Unidade da Gerência da Assistência Cirúrgica. Ou ainda de um sócio-fundador da Biotek Soluções para Radiologia, como supervisor de Emergência. Ambos na diretoria do HRSM.

Corrija, não faça, não ceda

O Distrital Hermeto (PHS), lembrou que muitos dos problemas detectados em relação ao Instituto são provenientes à gestão anterior. Nesse contexto, o parlamentar sugeriu ao presidente do IGESDF, para evitar ceder às mazelas do poder.  “Quero dizer que o senhor que teve essa sensibilidade, e toda sua equipe, corrija, não faça, não ceda, que o senhor está lidando com vidas, à tentação do poder, do toma-lá-da-cá, do Instituto e corrija o que a Deputada Júlia [Lucy, questionou], porque a população está sofrendo.”, apontou.

Nova reunião

Dado ao volume de questionamentos direcionados ao presidente do IGESDF e a insuficiência de tempo, em decorrência de possível choque com o horário de início da sessão da CLDF. Uma reunião técnica deve ser agendada para que Araújo e gestores do IGESDF possam prestar mais esclarecimentos.

Além dos distritais mencionados, também passaram na reunião, Jaqueline Silva (PTB) e José Gomes (PSB).

Auditoria

O presidente da CLDF, apontou a necessidade de esclarecimento sobre a terceirização e quarteirização das contratações de serviços, além da necessidade de se realizar auditoria em contratos praticados pelo IHBDF.

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