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20 abr 2024 08:58


Com triagem pediátrica em um banheiro, Unidade Básica de Saúde 01 de Ceilândia é exemplo de descaso com população

Além de triagem em banheiro, medicação ministrada em corredor e entulhos de caixas, contaminações de insumos por roedores, revela uma UBS, retrato da gestão da Saúde pública do DF que tenta ‘vender’ cobertura em atenção primária. Porém, unidade revela improviso, descaso e riscos aos usuários

Por Kleber Karpov

Na quarta-feira (21/Jun), Política Distrital (PD) recebeu denúncia sobre o caos da Unidade Básica de Saúde (UBS) 01 de Ceilândia Norte. Algo que o secretário de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Humberto Lucena Pereira da Fonseca considera ser uma uma unidade de Saúde. Com funcionamento a base de improvisos, pacientes passam por triagem, dentro de um banheiro, medicação em corredor. Apenas alguns dos problemas relatados por uma servidora.

Retrato do caos

Sob sigilo de identidade, a profissional de Saúde pediu ajuda para tentar chamar atenção das autoridades, em relação ao que a gestão do governador do DF, o socialista, Rodrigo Rollemberg (PSB) ‘oferece’ à população. De acordo com os relatos da servidora, a unidade por si só é um ‘antro’ de arbitrariedades, a começar pela gestão da unidade.

“Trabalho numa UBS onde há uma gerente de enfermagem que é  uma técnica em enfermagem, que nunca foi nomeada. Que nos ‘obriga’ a sair da nossa UBS que não tem sala de vacinação, nem de curativo e temos que ir atender os nossos pacientes na UBS08, onde nos emprestaram algumas salas.”, disse.

De acordo com a servidora, na UBS 01, os técnicos em enfermagens são obrigados a realizar procedimentos e até fazer laudos, sem a devida capacitação técnica. “Não há documento que nos respalde. Fazemos curativos de grau 4 – em escala que vai de um a quatro –, de amputações, mas não deveríamos realizar esse tipo de curativo sozinhos, mas lá somos obrigados.”.

Negligência forçada

O profissional de saúde acusou a gestão da SES-DF expor os técnicos de enfermagem da UBS a riscos que podem comprometer, a carreira e até possível cassação do registro do Conselho Regional de Enfermagem (COREN). Isso por serem obrigados a desempenhar atividades atribuídas a outros profissionais de Saúde.

“Somos abrigados a realizar e dar laudos de testes rápidos de HIV, Sífilis e Hepatite, sem ter realizado nenhum treinamento para isso.”, disse ao observar que “estamos abandonados e, se pedimos algum documento para nos respaudar, passamos a ser assediados moralmente!”.

Insalubridade

A servidora alega ainda que, o GDF inaugurou outras UBS, porém,  jogaram os servidores da UBS 1 em um “local insalubre que certamente a unidade seria fechado em uma inspeção da ANVISA [Agência de Vigilância Sanitária] ou de outro órgão fiscalizador.”, explicou. “Dividimos o ambiente  com roedores, que fazem ninho no nosso fogão. Já tivemos que jogar no lixo material como luvas por causa desses bichos na unidade. Fazemos coletas de sangue e as vezes nos assustamos com ratos no meio do algodão.”.

Descaso, improviso e mais insalubridade

Segundo a profissional de saúde, as dependências da UBS compromente a saúde tanto dos servidores quanto de pacientes. Isso porque, além da contaminação ocasionada por roedores, a triagem de crianças é realizada em espaço improvisado, dentro de um banheiro.

“Trabalhamos em em meio a caixas, lavamos tubetes para coleta de preventivo, num  local improvisado em meio a ratos e descarte de material contaminado como fezes e lâminas de exames, nossa triagem dos pequeninos é feita dentro de um banheiro. Não há sala de vacina, nem sala de curativo e sala de medicação, não há farmácia e nem coleta de exames da unidade, os pacientes são referenciados para a UBS08”.

A outra parte

Questionada sobre os diversos problemas relatados pela servidora, salvo informar que “em breve o local passará por ampliação do espaço”, a Pasta se limitou a fazer uma série de propagandas, ao mencionar a quantidade de UBS em Ceilândia, de equipes compostas e população atendida, porém, sem abordar os questionamentos em relação à UBS 01 de Ceilândia Norte.

 

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