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20 abr 2024 06:22


Rollemberg samba e sapateia na cara do povo e da Justiça

O carnaval acabou e o país começa a dar sinais de que vai começar a funcionar. O rei momo e as princesas já penduraram as fantasias, os jurados já se recolheram, o desfile já acabou e a cuíca emudeceu. Mas, Rollemberg continua a atravessar o samba… Desajeitado, desafinado e desmiolado brada aos quatro cantos o seu enredo de misérias e desencantos.

Por Silene Almeida

Enquanto isso, sem mortos e feridos (Graças ao Bom Deus), o viaduto continua no chão. Derrubou concreto e o presidente do DER. O governador mantém seu modo peculiar de governar, transferindo a outros a sua responsabilidade. A culpa é de todos. Menos dele…

E em meio a tantos infortúnios, membros de seu staff, atuais e ex-secretários, se digladiam com textões nas redes sociais.

Frases rebuscadas, bem articuladas, retórica irretocável. Conteúdo? Questionável!

A Secretária de Planejamento, declarou em sua rede social privada que ” o governador elencou prioridades “sociais” e por isso, não pagaria os direitos dos servidores! Ignorou o fato de que ele está descumprindo a lei!

Falou com uma naturalidade invejável. Típico de alguém que tem certeza de que ninguem os importunará! Está tudo dominado…

Apesar de haver leis e decisões judiciais para cumprimento acerca dos direitos dos servidores, Rollemberg “samba na cara da justiça” e não cumpre! Por que? Simplesmente, porque ninguém o interpela ou o faz sentir o peso da justiça!

Curioso é que se fossemos fazer uma enquete com os moradores do DF, em especial os servidores já que falamos dele nesse artigo, tenho certeza que a maioria esmagadora também não concordam com IPTU, IPVA, TLP e tantos outros tributos que nos são impostos!

Todavia, a nós, mortais comuns não é dado o direito de recusar o pagamento, em função da discordância! Se o fizermos, a mão pesada da justiça nos esmaga…

O governo pode escancarar o calote, sambando em nossa cara que nada vai acontecer.

Temos Ministério Publico do Trabalho? Se temos, devem estar ocupados em outras atividades, porque é absolutamente omisso em relação ao calote assumido pela secretária de planejamento.

Quando ela diz que “o governo elencou prioridades para aplicar os recursos disponíveis”, está confessando o descumprimento das leis, ou seja, entre cumprir a lei e fazer algo capitalizável politicamente, ficam com a segunda opção.

E, curiosamente, o Ministério Público, outrora tão atuante, não se manifesta. Faz ouvidos moucos. Estão tais quais a deusa Themis, cegos!

E nós, servidores continuamos à mercê do deboche, do escárnio, do desrespeito. Sozinhos…

Uma das situações que exemplificam esse descaso é o calote no pagamento das pecúnias dos aposentados!

O governo deveria pagar as licenças prêmio não usufruídas e convertidas em pecúnias em até sessenta dias, após a aposentadoria, conforme a lei 840/2011.

Em vez de cumprir o seu dever, o governo gasta em publicidade para nos denegrir perante a sociedade. Mente e manipula a opinião pública de forma descarada!

Induz a população à pensar que vivemos de forma nababesca e cheios de privilégios, omitindo a realidade.

Servidor público precisa se preparar para passar num concurso público. É uma peneira afunilada, com alta concorrência, sendo uma verdadeira loteria ingressar no serviço.

Omitem a informação que quando nos aposentamos temos perdas de mais de 30% nos salários. E não temos FGTS. Ou seja, saímos, após 30 a 35 anos de serviço, esgotados, doentes e sem nenhuma garantia pecuniária.

As licenças-prêmio que não são usufruídas por negativa das chefias, em função do déficit de servidores, também não são pagas, no tempo certo!

Juristas sérios diriam que nossa condição é análoga ao trabalho escravo! Porém, somos invisíveis… Nem MP, nem TCDF, ninguém se importa… Mas, a maioria crucifica.

Mal sabem que, quando aposentamos, retornamos ao sistema como doentes crônicos. Depressivos, cardiopatas, portadores de lesões graves e etc…

Quando entramos no serviço público nos deparamos com setores sucateados, tecnologia obsoleta, trabalho precarizado, déficit de pessoal. Essa é a realidade de praticamente todos os órgãos da administração pública.

Como trabalho na saúde, abro um parêntese para falar de nossa realidade. Lidamos com a vida, com o que temos de mais precioso.
E, é desesperador estar na assistência e faltar material, equipamentos e medicamentos!

E isso não é de agora! Para sermos justos, o processo de precarização e desmonte remonta ha alguns anos. Neste governo, a situação ficou mais evidente por causa das políticas e modelos adotados, além da nomeação de neófitos e para-quedistas em áreas estratégicas! Em vez de executarmos o planejamento, vivemos no improviso!

Compramos material básico com nossos recursos . Fazemos vaquinha para o gás, papel, impressão… Usamos nossos celulares…
Não é fácil trabalhar na saúde… Aqui, é para os fortes!

Após a performance literária da brilhante secretaria Leanny Lemos (segundo o Sindepol, ela ganha 23 mil no Senado, mesmo sendo servidora do nível medio), o governador nos brinda com um pronunciamento provocativo “os servidores do DF são bem tratados, pois, recebem em dia!”. Bem tratados são a turma de marajás e maranis importados do Senado pra cá…

Se divertem com nossos salários, tripudiam de nossos desabafos legítimos e sufocam a nossa luta!

Nós, servidores públicos, somos a força motriz dessa cidade. Geramos renda e empregos, diretos e indiretos. Pagamos impostos e tarifas. Nos pagar em dia é obrigação! E mais que isso, é garantir a sobrevivência econômica do DF.

Apesar do desprezo demonstrado, Rollemberg sabe que, o calote que vem praticando, estrangulou o comércio e reduziu o consumo de bens e serviços.
Muitos comerciantes fecharam as portas por causa da crise econômica.

Mas, a daqui do DF foi agravada pelo não cumprimento das promessas de campanha! Ora, se temos os salários achatados, gastamos menos. Simples assim…

Não há mais tempo para Rollemberg recuperar a confiança da população que o elegeu. Tampouco, para realizar grandes feitos em seu governo. Se conseguirem remendar o viaduto do Eixão, poderá se gabar de uma grande obra!

Não adianta alardear a desocupação da orla, governador! Os moradores do Lago odiaram porque a área está abandonada e colocando-os em risco.

E a população em geral não consegue ir passear por lá, por causa do preço exorbitante das passagens de ônibus. Carro próprio? Nem pensar! Quem tem dinheiro para encher o tanque só para ir à orla?

E o lixão? A quem beneficiou? Os catadores estão frustrados com a desorganização e dificuldades nas cooperativas de reciclagem. Por isso, voltaram às ruas, revirando containers em busca de material para comercializar.

Quem ganhou? Ah! Os grandes empresários… Sempre eles!

Que isso nos sirva de lição! Analisemos mais os candidatos, busquemos as suas ações à coletividade, sua vida pregressa, seus princípios!

Não nos deixemos enganar com retóricas vazias! Com o velho discurso do “novo”!

Com o falso moralismo da verborragia, sem competência comprovada! Com os “Sassas Mutemas”, salvadores da pátria que surgem em todas as eleições!

Não podemos errar novamente! Outubro está próximo! Vamos intensificar o debate e construir candidaturas para o Executivo (governo) e Legislativo (Senadores, Deputados federais e Distritais) viáveis, sólidas e comprometidas!

Chega de aventureiros, mentirosos, corruptos e caloteiros!

#FORAROLLEMBERG!

PS: antes que interpretem as minhas divagações e desabafos equivocadamente, informo que não sou filiada a partida e nem tenho a pretensão de ser candidata a nada! Mas, não abro mão de minha cidadania, participando do debate!

Silene Almeida é servidora do GDF

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