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19 abr 2024 15:10


Sucateado, o HRT deixa de ser referência em cardiologia

Faltam profissionais dessa especialidade e esse é apenas um dos dramas vividos no Hospital Regional de Taguatinga.

Enquanto o atual secretário de Saúde, Humberto Fonseca, e o governador, Rodrigo Rollemberg, ocupam-se em privatizar o Hospital de Base, os outros hospitais da rede pública de Saúde do Distrito Federal seguem a rotina do descaso do Poder Público. O Hospital Regional de Taguatinga (HRT), o segundo maior do DF, por exemplo, passa por um dos momentos mais críticos de sua história. Os médicos e demais servidores da unidade de cardiologia asseguram que não há condição alguma de manter o serviço, que é, ou deveria ser, referência para as macrorregionais Oeste (Ceilândia e Brazlândia) e Sudoeste (Taguatinga, Samambaia e Recando das Emas). Caso contrário, afirmam, “ocorrerão mais mortes evitáveis por ausência de estrutura e má gestão”.

Em visita do presidente do SindMédico-DF ao hospital, na tarde desta quarta-feira (09), os servidores denunciaram a situação. Logo na entrada do pronto-socorro, o caos é evidente. Mal dá para caminhar: são pacientes, macas e cadeiras espalhadas por todos os corredores para tentar acomodar toda a demanda, que engloba ainda a população do Entorno, como Águas Lindas e Santo Antônio do Descoberto. Ao todo, denunciaram os profissionais, são mais de 2 milhões de habitantes. “Pessoas que são atendidas de forma precária”, ressaltaram.

Na lista de falhas do hospital estão o déficit de recursos humanos, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, motoristas de ambulância e vigilantes (que estão agora em greve); a falta de medicamentos e de reagentes para exames básicos; insuficiência de pontos de oxigênio, endoscópio e esfigmomanômetro (aparelho utilizado para medir pressão arterial) e macas. A própria estrutura física está saturada. Hoje, dos 449 leitos do HRT, 117 (26,4%) estão bloqueados por conta do desfalque no quadro de servidores.

Os problemas são inúmeros e já foram denunciados à SES-DF, que nada fez para resolvê-los. Então, diante da falta de perspectiva de melhora do cenário, a sugestão de parte da equipe é que o hospital abdique de ser referência em cardiologia: “como, no momento, não há condições de se implementar uma escala de cobertura de pronto-socorro, sugerimos que os pacientes internados sejam absorvidos pela clínica médica e os cardiologistas deem assistência diária”, propõem, em documento enviado ao SindMédico-DF.

“Como ocorre, hoje, no HRT, está se tornando rotina a desarticulação e fechamento de serviços em função de uma gestão equivocada e incapaz de fazer frente ao desafio de prestar assistência digna à população. É desumano o que o atual governo está fazendo com os pacientes e também com os profissionais de saúde do DF”, denuncia o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho.

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