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24 abr 2024 22:00


Rollemberg: Mentiroso ou terrorista?

Afirmação de falta de recursos para pagar de novembro é recebida com tentativa de golpe por entidades sindicais do DF

Por Kleber Karpov

Sozinho em uma grande mesa redonda o secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, convocou uma coletiva de imprensa, na tarde de quarta-feira (26/Out), para anunciar que o GDF não tem recursos para efetuar o pagamento de salários de novembro. De acordo com Sampaio é necessário o aporte financeiro de R$ 76 milhões, para poder saltar a folha de pagamento, a ser pago até o quinto dia útil de novembro.

O que para uns é considerado uma “estratégia mal sucedida”, para outros se trata de “mais uma mentira, por parte desse governo”.  Isso porque na última semana, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), convocou a imprensa para anunciar que não havia recursos para pagar a incorporação das gratificações de 163 mil servidores, de 32 categorias de servidores distribuídos na Saúde, Educação e administração direta.

Na ocasião Rollemberg afirmou que um dos motivos que o levou a protelar, novamente, o pagamento das incorporações de gratificações foi, justamente, garantir recursos para efetuar o pagamento dos salários até o fim do ano.

Nesse sentido, a nova revelação por parte do governo de não haver recursos para pagamento dos salários, não chegou a surpreender os dirigentes de entidades sindicais, por esperar “qualquer coisa desse governo”, conforme explicou o vice-presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (SINDATE-DF), Jorge Vianna, ao sugerir que o governador mente para os servidores, ao fazer tal afirmativo, em que se contradiz a algo dito a cerca de uma semana.

“Isso é para acabar com as greves. Se suspenderam os reajustes dizendo que preferiam pagar em dia os salários, eles mentiram antes ou agora?”, questionou.

Vianna afirma que essa tática por parte de Rollemberg é “um verdadeiro tiro no pé”. Isso porque o governo tenta intimidar os servidores públicos, e só faz com que se revoltem mais com o tratamento recebido por parte do governador.

“Ele foi eleito com 800 mil votos, mas se esquece que uma parcela relevante veio dos 200 mil servidores públicos. E com o tratamento que ele tem dado a população do DF, de reajustes, suspensão de serviços, derrubadas de casas, e principalmente, após santificar, por exemplo, o ex-governador Agnelo, com a baixa popularidade, desde o início do governo, Rollemberg ignora que se chegar a 10% dos votos que o elegeram, será muito.”, disse Vianna ao observar: “Agnelo fez melhor e não chegou ao segundo turno, mesmo com o apoio do PT.”, atirou.

A presidente do Sindicato dos Professores do DF (SINPRO-DF), Rosilene Correia por sua vez, manda um duro recado ao governo e deixa claro que Rollemberg pode travar de vez com a máquina pública, uma vez que os servidores não devem trabalhar, sem receber salário.

“Eu acho que o governo não se contentou em desrespeitar a categoria, mais uma vez, e desrespeitando a Lei com relação ao reajuste, inclusive não honrando a sua palavra que foi compromisso dele, firmado ano passado, de que pagaria o reajuste. Então, acho que não satisfeito com isso, agora ele também já anuncia, ou ameaça, de não pagar o salário. Eu acho que ele deve estar sentindo falta de um movimento grevista, forte, de todos os servidores do DF. Se o que ele está disposto, realmente, e fazer com que a máquina pare e prejudicar toda a população pela inexistência da prestação de serviço, talvez é isso que ele tenha, que ele receberá. É lamentável que o governador se coloque nessas condições. Acho que o governador, ele está tomando a decisão pelos servidores, porque sem salário ninguém vai trabalhar e isso é fato.”

Para Gutemberg Fialho, presidente do Sindicato dos Médicos do DF (SINDMÉDICO-DF), Rollemberg está se utilizando de uma tática de terrorismo com os servidores. O sindicalista lembrou gastos recentes por parte do governo com obras e projetos não prioritários, que poderiam ser direcionados ao pagamento do funcionalismo público.

“O governo que está, novamente, fazendo terrorismo com os servidores. Afirmar que não tem dinheiro mas gasta com contratos emergenciais, desnecessárias. Diz que não tem dinheiro para pagar os salários, uma semana depois de anunciar que pagaria os salários em dias, até como justificativa de não pagar as gratificações dos servidores, isso é uma tática terrorista. Está virando a marca do governo Rollemberg.”.

Fialho sugeriu ainda que o governo está desmontando os serviços e o próprio funcionalismo público para investir nas Organizações Sociais.

“O governo faz esse terrorismo com o funcionalismo público para depois dizer que está tudo ruim, para ir à imprensa, desqualificar o servidor como ele vem fazendo, isso tudo para justificar a contratação de Organizações Sociais, tanto na Saúde, na Educação e em outros segmentos do governo.”, atirou.

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