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19 abr 2024 15:37


Rollemberg culpa sindicatos, mas governo não tem apoio político para alterar sistema previdenciário no DF

Aliados políticos também se posicionaram contrários ao PLC 122/2017

Por Kleber Karpov

Na terça-feira (5/Set), um mandado de segurança impetrado pelos deputados Wasny de Roure e Ricardo Vale, ambos do PT, expedido pelo Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), suspendeu a votação do Projeto de Lei Complementar (PLC) 122/2017 na Câmara Legislativa do DF (CLDF). O  governador do DF, o socialista, Rodrigo Rollemberg (PSB), no dia seguinte, durante agenda em Brazlândia, aproveitou para culpar sindicalistas, e retomar o discurso de parcelamento de salários de servidores do GDF, suspensão de pagamento de terceirizados e de fornecedores.

Porém, embora Rollemberg tente culpar os dirigentes sindicais, outros entes políticos também se posicionaram contrários ao PLC 122/2017. Um exemplo foi a executiva do Partido Social Democrático (PSD) no DF. A  legenda divide assento no comando do Executivo na figura do vice-governador do DF, Renato Santana.

Em, nota, o PSD chegou a apelar ao “bom senso” por parte de Rollemberg e pedir que o chefe do Executivo reavaliasse a proposta de alteração no sistema previdenciário dos servidores públicos do DF. O PSD orientou ainda que Cristiano Araújo, único distrital pela legenda vote contrário ao projeto do Executivo e tente criar um “texto alternativo” ao PLC 122/2017.

O deputado distrital, Reginaldo Veras (PDT), também contrariou a ‘solução mágica’ de Rollemberg para garantir o pagamento  de salários e fornecedores até dezembro desse ano. Da base do governo, Veras, se colocou frontalmente contrário às mudanças no sistema previdenciário no GDF, durante a apreciação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara Legislativa do DF (CLDF), além de se manifestar publicamente que deve votar contrário quando o tema for ao plenário.

Punição

Embora Veras parece estar prestes a sentir o ‘peso reverso’ da caneta de Rollemberg, por ameaça de exonerações de indicações políticas por parte do parlamentar. Ao que tudo indica, o chefe do Executivo deve voltar a recorrer a velha forma de retalhação em relação aos membros da base do governo que vierem a contrariar as vontades do governador.

Peso Reverso

Vale observar outra votação recente, do Projeto de Lei 1.486/2017, que instituiu o Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF)(Junho). O distrital, Cláudio Abrantes (Sem Partido) chegou a denunciar a troca de votos por nomeações de cargos comissionados, o que pode ter garantido os 13 votos, por maioria simples, para aprovação do PL na CLDF (Junho), votação essa questionada na Justiça pelo PT e PMDB.

Quanto aos sindicalistas

As acusações de Rollemberg contra os dirigentes sindicais gerou repercussão por parte dos sindicalistas. Esse é o caso do presidente do Sindicato dos Médicos do DF (SINDMÉDICO-DF), Gutemberg Fialho que lembrou a falta de gestão por parte do governo e apontou uma tentativa de Rollemberg cobrir o ‘rombo’ com recursos da aposentadoria dos servidores.

“Esse governo não teve competência para fazer gestão. Ganhou o governo com o discurso de falta de gestão mas em três anos de governo não conseguiu mostrar a que veio. Tem massacrado os servidores, dado calote, descumprido a legislação por não conceder as incorporações de gratificações e os reajustes dos servidores e agora, novamente, quer jogar nas costas do funcionalismo público o resultado de sua própria incompetência.”, disse Fialho.

Na mesma linha segue também o vice-presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (SINDATE-DF), Jorge Vianna. O sindicalista acusou Rollemberg de conduzir um governo chantagista e vingativo quando o assunto é defender “interesses escusos”.

“O senhor governador tenta encobrir que passou todo mandato legislando em causa própria, com interesses escusos, aos interesses da população do DF.”, disse ao lembrar as Organizações Sociais (OSs) e o Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF), “para entregar a saúde pública para a terceirização. Esse governo se dedicou a massacrar todos nós servidores públicos e, enquanto sindicalistas, fizemos e continuaremos a fazer o nosso dever, lutar pelos interesses de nossos servidores”, disse Vianna.

O presidente do Sindicato dos Técnicos e Auxiliares em Radiologia do DF (SINTTAR-DF), Ubiratan Gonçalves Ferreira, conhecido por Bira entre os radiologistas, também rebateu as críticas de Rollemberg.

“Governo do Distrito Federal mente e engana a população com propaganda paga em TVs de grande audiência. Governo do Distrito Federal deveria se preocupar com a saúde da população, pois entra dinheiro de emendas a todo momento e também de impostos nos caixas e mesmo assim no HRAN o segundo maior hospital da SES/DF, os raios X estão quebrados e a empresa do contrato de manutenção não dá manutenção nos equipamentos devido a falta de pagamento no contrato. Ainda no HRAN o principal mamógrafo da SES/DF está parado a mais de 30 dias devido a um problema no compressor do ar condicionado. A tomografia funciona parcialmente devido a falta de contrato de manutenção com o fabricante. Então governador quem mente, são os sindicalistas, fica claro que quanto mais dinheiro neste governo menos saúde a população merece. Governador a mentira tem pernas curtas e o povo tá vendo.(SIC)”.

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