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25 abr 2024 08:22


Sabotagem: Polícia Civil investiga dados apagados da folha de ponto da Secretaria de Saúde

Além do ‘sumiço’ da base de dados apenas agrava deficiência na gestão da folha de ponto dos servidores. Forponto tem limite de registro de apenas 35 mil nomes. Com mais de 36 mil servidores, Secretaria de Saúde sacrifica ‘novatos’ em relação a horas extras

Por Kleber Karpov

Desde a última sexta-feira (21/Out), a Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) está sem o Forponto, sistema online de gerenciamento do registro o controle da folha de ponto dos servidores. Porém, o caso só ganhou visibilidade na quarta-feira (26/Out), após denúncias em blogs e pela imprensa. A SES-DF afirma que os dados foram apagados e estão sob investigação da Polícia Civil.

Em apuração sobre o assunto, a informação obtida por Política Distrital, por fonte que pediu para não ser identificada é que houve sabotagem por parte de um servidor da SES-DF, por retaliação.

“Havia um servidor do setor que foi removido do setor, com a reestruturação realizada pelo ex-secretário de saúde, Fábio Gondim. Esse servidor chegou a dizer que sem ele a Secretaria ficaria sem os dados dos servidores. Ocorre que o servidor saiu de licença prêmio e, enfim, após retornar da licença, como a subsecretária colocada pelo Fábio, já havia deixado a SUGEP [Subsecretaria de Gestão de Pessoas da SES-DF], ele tentou retornar para a lotação original, mas o pedido dele foi negado e, misteriosamente, o banco de dados desapareceu”.

Política Distrital questionou a SES-DF sobre o problema e, por meio da Assessoria de Comunicação (ASCOM), a  Secretaria confirma que houve um possível caso de sabotagem por parte de um servidor da Casa.

“A Secretaria de Saúde informa que os dados do Forponto, sistema que registra o ponto eletrônico dos 33 mil servidores da pasta, foram apagados na última sexta-feira (21). Ao tomar conhecimento do fato, a pasta tentou recuperar as informações, mas não obteve sucesso, e acionou, de imediato, a Polícia Civil.”

De acordo com a SES-DF, os dados ‘perdidos’ é relacionado ao controle de informações relacionadas às horas extras, atestados, paralisações e faltas injustificadas. “Todas as informações desta natureza, coletadas desde 2013, quando o sistema passou a ser utilizado, foram apagadas.”

Segundo a SES-DF, existe uma cópia dos dados, sob perícia da Polícia Civil do DF (PCDF) que tão logo seja liberada, o Forponto deve voltar a funcionar, normalmente.

Registro de ponto

A Secretaria alerta ainda que “As marcações de ponto não foram perdidas e os servidores devem continuar a realizá-la.”. Ainda de acordo com a SES-DF, “sistema nunca apresentou qualquer tipo de falha e que fará uma apuração rigorosa para identificar as causas ou as pessoas responsáveis por esse crime, que afetou a todos os servidores e, por consequência, a população. “

Porém…

Embora a SES-DF afirme que o Forponto não apresente falhas, há um ‘bug’ que a SES-DF se esqueceu de mencionar. Em junho, o Blog publicou matéria intitulada “Cara crachá, cara crachá, cara”… Vixi, cadê o crachá na Secretaria de Saúde?”, em que servidores reclamavam que estavam impedidos de fazerem horas extras, por falta de identificação funcional.

Em apuração, Política Distrital, descobriu que o problema era ocasionado devido a uma limitação de capacidade de inserção de novos registros, limitados a 35 mil cadastros. Porém, com as nomeações desde janeiro de 2015, a SES-DF superou a marca de 36 mil servidores. Caso a Secretaria ultrapassasse o limite, o Forponto ‘travaria’ e a pasta pode ficar impedida de gerir as informações no sistema.

À época a SES-DF negou que os servidores ficassem impedidos de fazer horas extras por falta da carteira funcional e informou que estava em fase de processo licitatório para aquisição de mais 10 mil novas inserções de cadastros. Porém, a fonte informou ao Blog que até o momento a Secretaria não concluiu o processo licitatório.

“Não se pode incluir novos servidores no Forponto pois ultrapassa os 35 mil servidores e também não há contrato para confecção dos crachás de identificação dos servidores.”.

Também questionada sobre o assunto, a Secretaria de Saúde não se pronunciou sobre a licitação para aquisição de licença de uso para mais 10 mil cadastros de servidores.

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