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20 abr 2024 05:56


Diretor do Hospital de Base do DF pede exoneração do cargo

Tadeu Palmiere ficou conhecido por tentar responsabilizar gestão do ex-governador, Agnelo Queiroz por existência de estoque de equipamentos de órtese e prótese para 50 anos, em abril de 2015

Por Kleber Karpov

Um dos principais protagonistas do episódio do escândalo das Órteses e Próteses e Materiais Especiais (OPME), o ex Subsecretário de Atenção à Saúde (SAS) da Secretaria de Estado de Saúde do DF (SES-DF) e atual diretor do Hospital de Base do DF (HBDF), Tadeu Palmieri, pediu exoneração do cargo, nesta quarta-feira (20/Jul).

Palmieri deixa o Hospital, no auge da crise da saúde com o vazamento de áudios gravados, pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Saúde do DF (SindSaúde-DF), Marli Rodrigues. As gravações envolvem o vice-governador do DF, Renato Santana, o ouvidor do GDF, Valdecir Rodrigues (PSD-DF) e em outro momento, o ex-secretário de Saúde, Fábio Gondim.

Nelas, conversas revelam a existência de cobrança de supostas propinas nas secretarias de Estado de Fazenda do DF (Sefaz-DF) e da Saúde (SES-DF). Essa última, com várias outras denúncias que envolvem nomeações ‘equivocadas’ na Secretaria e problemas graves de falta de gestão.

Órtese e Prótese

Em abril de 2015, Palmieri foi responsável por publicitar em reportagem ao jornal DFTV da TV Globo, a suposta existência de estoque de OPME para 50 anos. Na época o caso ganhou repercussão pois o então SAS da Secretaria culpou a gestão do ex-governador, Agnelo Queiroz (PT) de fazer aquisição desnecessária de OPME.

No entanto, em uma série de outras quatro reportagens, o próprio Palmieri foi obrigado a admitir que a gestão do ex-secretário de Saúde do DF, João Batista de Sousa, foi responsável por emitir Nota de Empenho superior a R$ 11 milhões. Na ocasião o Sousa revelou a existência de demanda reprimida de 4.950 cirurgias ortopédicas. Dessas, 250 de emergência e 4.750 eletivas, porém, a SES-DF não tinha condições de realizá-las, por falta de pessoal e de estrutura adequada.

O escândalo foi o primeiro motivo de pedido de CPI da Saúde na gestão de Rollemberg, em agosto de 2015. O deputado distrital, Rodrigo Delmasso (PTN), chegou a assinar um pedido de instauração da CPI, porém, não levou o caso adiante.

O caso repercutiu ainda, em março desse ano. O Tribunal de Contas do DF (TCDF) concluiu auditorias em amostras contratuais e vários indícios gravíssimos de ilegalidades. Na fiscalização, realizada entre 2013 e 2015, os auditores do TCDF percorreram os cinco hospitais públicos que efetuam cirurgias e outros procedimentos médicos com a utilização de OPMEs. O Tribunal concluiu pela má gestão de R$ 75 milhões da amostragem analisada.

Entenda o caso

Em apuração, à época, Política Distrital teve acesso ao processo da aquisição da OPME. A documentação aponta José Menezes por trás do escândalo da OPME. O então subsecretario de Administração Geral (SUAG), José Menezes exigiu da Veton Eletromedicina Eireli – EPP, empresa fornecedora dos equipamentos, vencedora do Pregão Eletrônico nº 00010/2014 (SPR), durante a gestão de Queiroz.

Menezes por sua vez tem uma história de atropelos. Antes da gestão do governador Rodrigo Rollemberg, em esquema de aquisição de ambulâncias quando o mesmo era Diretor do Fundo Nacional de Saúde (FNS), no período compreendido entre 2005 e 2007, no episódio nos relatórios Policiais como a “Máfia das Sanguessugas”, em que chegou a ser multado em 2011 pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF).

Na gestão de Rollemberg, cedido da Embratur, Menezes assumiu a SUAG, de forma irregular, em 21 de janeiro, embora a publicação no Diário Oficial do DF (DODF) só tenha ocorrido em dia 29 daquele mês. De acordo com fonte que não quer ser identificada, a primeira dama, Márcia Rollemberg e o Cardiologista, Ivan Castelli, primeira indicação de Rollemberg para assumir a SES-DF são os responsáveis pela indicação de Menezes.

Esse por sua vez, embora tenha assumido a SUAG tinha por objetivo o Fundo de Saúde do DF (FSDF), pasta em que foi o responsável durante a gestão do ex-governador, Agnelo Queiroz.  Menezes chegou a recorrer a Castelli  por meio de e-mail, manifestar seu “desejo” de retornar ao Fundo de Saúde do DF ao “poderoso padrinho” político.

Vale observar que Menezes pediu exoneração da SES-DF, em uma fuga da SES-DF, em 2015, após uma incursão da Polícia Civil na SES-DF.

Mais pedido de exoneração

O Superintendente da Regional Leste, Dr. Walter Gaia Souto, especialista em atenção primária, também entregou pedido de exoneração do cargo.

Por que saíram?

Sobre a repentina saída dos gestores, Política Distrital questionou a SES-DF sobre o assunto. Por meio da Assessoria de Comunicação (Ascom), a Secretaria se limitou a informar: “Os pedidos ainda não foram protocolados, portanto neste momento a Secretaria de Saúde não irá se pronunciar sobre o assunto.”. Ao blog Agenda Capital, Souto, alegou motivação pessoal, para deixar a superintendência da Regional Leste.

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